O mercado global de Internet das Coisas (IoT) deve crescer a uma taxa de 13,5% ao ano, atingindo US$ 1,8 trilhão em receita até 2028. Trata-se de um salto significativo em relação aos US$ 959,6 bilhões registrados em 2023. Segundo a Telecom Review Asia, o incremento vem sendo puxado pelo uso corporativo e é suportado pela implantação do 5G e pela adoção crescente da IA.
No Brasil, os dados da Anatel indicam que haveria mais de 43 milhões de acessos no terceiro trimestre de 2024. O volume poderia ser maior, de acordo com artigo da Mobile Time, caso o país superasse duas barreiras principais: o avanço ainda restrito das redes 5G e a necessidade de melhorar a educação do brasileiro para usar mais os recursos da tecnologia e também do IoT.
De acordo com Rafael Matsuyama, da Inteli, o Brasil vive o paradoxo de ter praticamente cerca de 1,2 aparelhos celulares ativos por pessoa e, ao mesmo tempo, ainda não desfrutar de uma infraestrutura de 5G mais ampla.
Essa mesma infraestrutura também impede a adoção mais significativa de dispositivos de IoT. Ainda sobre infraestrutura, o especialista lembra que o ecossistema de IoT no país precisa amadurecer para ter mais aplicações em áreas como cidades inteligentes e nichos como a Indústria 4.0, onde já vem sendo adotado.
Letramento digital

Sem uma rede 5G mais robusta, ele também avalia que não haverá a expansão do M2M, ou seja, a conexão de máquina a máquina, vertente do IoT.
Sobre letramento digital, o especialista lembra que é necessário “fomentar uma cultura nacional de inovação, com a participação ativa de escolas, universidades, empresas, governo e população em geral”.
Ainda nessa frente, ele lembra que o ecossistema de inovação precisa de capacitação, inclusive de engenheiros, e o incentivo à criação de startups. A ideia é que o país – que consome bastante tecnologia – também seja um ator na criação de inovações.
A formação técnica pode trazer o IoT para aplicações reais, como nas cidades inteligentes, em projetos que vão desde a otimização de tráfego à iluminação pública racionalizada, assim como o monitoramento de condições climáticas e outras soluções que contribuem para melhorar a gestão pública e a qualidade de vida da população.