Saiba quais são as cidades mais inteligentes do Brasil e como a tecnologia as transforma

Semáforos e iluminação pública inteligentes, saúde digital, melhoria em serviços públicos (como segurança e coleta de resíduos), entre outras iniciativas, são soluções que promovem a melhoria na gestão de centros urbanos e, por consequência, levam à maior qualidade de vida de seus habitantes. 

Para tanto, várias tecnologias, habilitadas pela conectividade, despontam. É o caso da inteligência artificial e da internet das coisas (IoT), que permitem, por exemplo, que diversos dispositivos urbanos se conectem (como postes de iluminação pública e semáforos). Já o videomonitoramento possibilita observar toda a área urbana, melhorando a fluidez do trânsito, além de ampliar a segurança. Análise de dados e geolocalização, por suas vez, viabilizam melhor gestão de recursos e ativos, para ficarmos em alguns exemplos. 

Além da melhoria de serviços, as cidades inteligentes também proporcionam economia. Um exemplo disso é o uso de sensores na iluminação, permitindo melhor gestão de energia. Também existe um importante aspecto ambiental, não só pela economia de eletricidade, mas, também, pela melhoria do trânsito – afinal, quanto menos congestionamentos, menos emissões poluentes. 

No Brasil, a definição de cidades inteligentes segue as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que foram elaboradas conforme padrões internacionais estabelecidos pela ISO 37120, ISO 37122 e ISO 37123. Essas normas definem diversos critérios e indicadores para que um município conquiste o título de smart city.

Navegue pelo conteúdo por meio dos links abaixo.

• Quais são as cidades mais inteligentes do Brasil?
• Como é o ranking que escolheu as cidades mais inteligentes do Brasil
• Mais dados das cidades inteligentes no Brasil

Quais são as cidades mais inteligentes do Brasil?

No ano passado (2024), a 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities (2024) premiou as dez cidades mais inteligentes do Brasil. Para elaboração do ranking, foram analisados 74 indicadores e 11 eixos, pesquisados em 656 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes.

Os eixos são:

1. Urbanismo
2. Economia
3. Educação
4. Empreendedorismo
5. Energia
6. Governança
7. Mobilidade
8. Segurança
9. Meio Ambiente
10. Tecnologia & Inovação
11. Saúde

Desenvolvido pela Urban Systems em parceria com a Necta, o ranking foi criado com o objetivo de mapear as cidades com maior potencial de desenvolvimento no Brasil, por meio de indicadores que retratam inteligência, conexão e sustentabilidade. 

Abaixo, você pode conferir quais são as cidades mais inteligentes no Brasil e a pontuação geral de cada uma no ranking, segundo os indicadores pesquisados. 

1. Florianópolis (SC): 37,525
2. Vitória (ES): 37,513
3. São Paulo (SP): 36,828
4. Curitiba (PR): 36,808
5. Niterói (RJ): 36,765
6. Balneário Camboriú (SC): 36,699
7. São Caetano do Sul (SP): 36,164
8. Belo Horizonte (MG): 35,705
9. Barueri (SP): 35,579
10. Salvador (BA): 35,364

De acordo com a metodologia, que pode ser conferida no relatório completo, a pontuação máxima para 2024 alcançaria 67 pontos, considerando os três pesos estabelecidos pelo estudo. Segundo o documento, as 10 cidades brasileiras melhor colocadas ainda se encontram pouco acima da metade do total de pontos que poderiam atingir, o que mostra que existe potencial para melhorar os índices.

Como é o ranking que escolheu as cidades mais inteligentes do Brasil

Para chegar a essa pontuação, o ranking distribuiu notas com três pesos diferentes, conforme detalhado.

• Peso 0,5 para indicadores dicotômicos (ou seja, indicam se a cidade tem ou não tem um determinado tipo de serviço). Foram levados em conta serviços como bilhete eletrônico de transporte público, semáforos inteligentes, monitoramento de área de risco, sistema de iluminação inteligente, agendamento de consulta na rede pública de saúde, centro de controle e operações e matrícula escolar na rede pública online.
• Peso 0,8 para indicadores que abrangem uma escala de nota ou avaliação, que considera principalmente as legislações, como lei sobre zoneamento ou uso e ocupação do solo, lei de plano diretor estratégico municipal, lei sobre operação urbana consorciada, cadastro imobiliário (informatizado, georreferenciado e disponibilizado ao cidadão), atendimento ao cidadão via aplicativo.
• Peso 1,0 para os indicadores numéricos, de escala, crescimento ou percentual.

Mais dados das cidades inteligentes no Brasil

O estudo mostra a proximidade das cidades em termos de notas. Isso acontece porque há uma dificuldade de um mesmo município se destacar em vários eixos ao mesmo tempo. São Paulo, por exemplo, se destacou principalmente em mobilidade, tendo sido a cidade melhor posicionada nesse quesito. A terra da garoa também teve bom desempenho em tecnologia e inovação e em empreendedorismo. Já em educação, São Paulo não pontuou tão bem. 

Também vale ressaltar a prevalência da Região Sudeste no ranking geral, que concentra seis das dez cidades mais inteligentes do Brasil.  

A edição 2024 do Ranking Connected Smart Cities também trouxe os seguintes destaques entre as regiões do país:

• Campo Grande (MS) na melhor colocação entre as cidades do Centro-Oeste – subindo cinco posições em relação à edição anterior e ficando na 15ª posição no Ranking Geral;
• Salvador (BA) foi a cidade mais bem posicionada no Nordeste, caindo 1 posição em relação à edição anterior e ficando na 10ª colocação no Ranking Geral
• Palmas (TO) se mantém como a melhor colocada da região Norte do país, subindo sete posições e ocupando a 31ª colocação.

Já entre as que subiram de posição, os destaques foram:

• São Caetano do Sul (SP) subiu 8 posições e ocupa a 7ª colocação; 
• Caraguatatuba (SP) subiu 16 posições e atingiu a 84ª colocação;
• Itajaí (SC) ocupa a 29ª colocação, subindo 18 posições;
• Criciúma (SC), que antes estava fora das 100 mais bem posicionadas, nesta edição atingiu a 56ª colocação geral no Ranking.

Das 100 cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil, 53 estão na Região Sudeste, sendo 39 delas no estado de São Paulo. As demais são 21 cidades da Região Sul, 14 cidades da Região Nordeste, 8 da região Centro-Oeste e 4 municípios da Região Norte.

O estudo ainda fez um recorte populacional, de modo que, na lista das 100 cidades mais inteligentes, apenas dez possuem menos de 100 mil habitantes (consideradas pequenas). Outras 58 cidades possuem população entre 100 e 500 mil habitantes – sendo duas delas entre as dez mais bem posicionadas: Vitória (ES) e São Caetano do Sul (SP). As demais 32 cidades possuem mais de 500 mil habitantes.

Vitória (ES) ultrapassou Niterói (em relação ao estudo de 2023) e  é a mais bem posicionada entre as cidades de 100 a 500 mil habitantes (porte médio), alcançando a 2ª posição do Ranking Geral (subindo cinco posições), com destaques ainda nos recortes de governança (2ª colocada), saúde (1ª colocação), educação (8ª colocada) e mobilidade (11ª colocação).

Em 2025, o novo ranking Connected Smart Cities deve ser divulgado em evento marcado para ocorrer entre 24 e 25 de setembro, em São Paulo (SP).