O data center tem papel fundamental nos negócios de uma empresa. É ele que concentra todo o tráfego de dados e garante a conexão e disponibilidade das soluções para os clientes. Mas os seus dias estão contados. Segundo o site ITForum365, a consultoria Gartner prevê que, até 2025, é possível que 80% das organizações migrem os dados para outros ambientes.
“Os líderes de Infraestrutura e Operações (I&O) devem se preparar para esse movimento, ajustando as cargas de trabalho com base nas necessidades dos negócios e não se limitando a decisões baseadas em localização físicas”, afirma Ross Winser, diretor de pesquisa sênior da Gartner.
A expectativa é que essas empresas passem a utilizar colocation, hosting ou cloud como substitutos ao data center. “Os líderes devem identificar se existem razões verdadeiramente estratégicas para persistir com necessidades locais”, complementa o diretor.
O que é colocation, hosting e cloud?
Colocation: data center independente que compartilha a hospedagem para vários servidores, de diversas organizações;
Hosting: provedor do serviço aluga um servidor completo e oferece aos seus clientes hardware, sistema operacional, conexão com internet e largura de banda;
Cloud: espaço de armazenamento virtual sob demanda.
Outras tendências para a infraestrutura digital
Winser detalha ainda que o momento é de entregar produtos e serviços que suportem e permitam a estratégia de negócios das organizações. “O foco dos líderes desse setor [infraestrutura e operações] não é mais entregar apenas engenharia e processos para as operações”, diz.
Além do “início” do fim do data center, a Gartner separou algumas tecnologias e tendências que poderão influenciar a infraestrutura digital de uma empresa ainda em 2019.
Computação sem servidor (Serverless)
Ainda uma tecnologia emergente, a computação sem servidor elimina as tarefas de gerenciamento de infraestrutura. Com isso, a empresa pode criar aplicações com maior agilidade e menor custo.
Essa solução não vai substituir aplicações de contêineres ou máquinas virtuais, mas Winser estima que “20% das organizações globais implementarão tecnologias de computação sem servidor até 2020”. Atualmente, o formato está presente em 5% das companhias.
Inteligência Artificial (AI)
Essa tecnologia pode ajudar no gerenciamento de infraestruturas em expansão e os negócios derivados da AI terão impacto de US$ 3,9 trilhões até 2022.
Rede
A alta disponibilidade da rede será pauta em 2019 e nos próximos anos. Winser pontua que a “criação de um ambiente com automação e análise, capaz de lidar com mudança real das empresas” pode ser uma resposta para manter o ritmo de trabalho da equipe, mas atendendo às necessidades dos clientes com mais agilidade.
É o caso da WAN definida por software (SD-WAN). A solução é capaz de reconhecer e se adaptar ao tipo de fluxo de dados e, a partir disso, demandar mais ou menos recursos, de acordo com as necessidades do momento.
A chegada do 5G, maturidade das soluções em cloud e mais dispositivos IoT no mercado irão aumentar a demanda por melhor performance da rede. “Então o período crítico para lidar com este desafio é agora”, diz.
Computação de borda (edge computing)
A edge computing irá potencializar o uso de solução em cloud nas empresas, ainda mais com dispositivos IoT cada vez mais disponíveis.
O processamento das informações acontece na borda, ou seja, o processo e a análise de dados acontecem localmente, na origem dos dados, sem ser preciso esperar uma resposta do data center para a tomada de decisão. “O prazo crítico para as organizações adotarem essa tendência é entre 2020 e 2023”, estima Winser.
Principais destaques:
– Gartner estima que 80% das empresas devem migrar dados de data center para outros ambientes até 2025;
– Colocation, hosting e cloud serão as opções para essa migração;
– Outras tendências para a infraestrutura digital são Inteligência Artificial, computação sem servidor, agilidade da rede e edge computing.