O Brasil registrou um avanço considerável na adoção de práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG) por parte das empresas, no último ano. A informação foi divulgada pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil – Amcham Brasil, em um levantamento que apontou que 71% das empresas no país já iniciaram alguma ação de ESG. Neste cenário, um dado interessante é que as organizações mais inovadoras são as primeiras na adoção de práticas sustentáveis e ESG.
De acordo com a Amcham Brasil, há uma diferença significativa entre os “inovadores e os atrasados”. Na curva de adoção ESG por parte das empresas, no Brasil, 86% são empresas que acreditam na inovação e não somente para o fortalecimento da marca no mercado, mas pela convicção de que a inovação e o ESG devem caminhar juntos. Para 78% dessas empresas, ter um impacto positivo em questões ambientais e sociais é essencial. Por outro lado, o mercado conta com 77% de empresas que querem melhorar a imagem corporativa via práticas de ESG.
O estudo elaborado todos os anos pela Amcham Brasil: “Panorama ESG 2024”, entrevistou 687 executivos e indicou um aumento de 24 pontos percentuais na curva de adoção de práticas de ESG em relação a 2023.
Números do estudo
Para Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, entre os principais desafios da agenda está a dificuldade de mensuração sobre ESG. De acordo com o estudo, 40% dos entrevistados responderam que a dificuldade de mensurar ações e indicadores atrapalham no desempenho da agenda. Em 2023, esse dado representou 38%. Por outro lado, 32% dos executivos apontam a ausência de uma cultura forte de ESG por parte das empresas. A falta de recursos financeiros e de uma metodologia adequada ainda é 30% da justificativa das empresas e instituições para não administrarem ações de ESG. A alta complexidade das regulamentações é citada por 25% das empresas que não adotaram, ainda, as práticas de ESG. Já a “liderança não comprometida” foi apontada por 14% dos participantes. Esse dado, em especial, vem se reduzindo. No comparativo com 2023, a redução foi de 1%.
Agenda ESG é coletiva, mas deve ser conduzida pelos líderes empresariais e governamentais
Cerca de 77% dos participantes do estudo acreditam que a condução da agenda ESG das empresas e organizações deva acontecer por iniciativa dos CEO / Presidentes / VPs. Outros 67% acreditam que a responsabilidade sobre a implementação da agenda deve partir do governo. 51% acreditam tratar-se de uma responsabilidade da sociedade civil, enquanto 26% atribuem a responsabilidade aos colaboradores.
Por outro lado, 52% dos participantes do estudo apontaram que a realização da COP 30 no Brasil terá impacto positivo em sua empresa ou organização.