Por estar em centros urbanos, a dark store vai atender aos pedidos feitos on-line e entregá-los com maior agilidade ao consumidor
Talvez o maior desafio para as marcas que estão no ambiente digital é compensar a ansiedade de seus clientes. Independentemente do pedido, seja de uma varejista ou de um restaurante, a expectativa é a mesma: ter os produtos em mãos no menor tempo possível.
Para suprir essa necessidade instantânea do consumidor, muitas marcas estão apostando nas dark stores (lojas fantasmas, na tradução livre) para otimizar essa experiência, assim como os custos, ainda mais em um período de pandemia em que o orçamento está apertado.
E engana-se ao pensar que essas lojas fantasmas funcionam apenas para o varejo on-line que conhecemos: mantimentos, roupas e produtos domésticos. O conceito já é tendência em aplicativos de delivery, que passaram a montar cozinhas comunitárias para os restaurantes.
Ao longo desse artigo, você vai entender mais sobre o que é dark store e exemplos de empresas que apostam nesse conceito para escalar seus negócios.
Dark store: o que é?
Dark store é um estabelecimento instalado em centros urbanos, no qual o consumidor não tem acesso direto a ele, garantindo um maior estoque de itens. Seria como um minicentro de distribuição para agilizar o processo de entrega de um produto.
Olhando para o e-commerce varejista, geralmente os centros de distribuição estão em locais mais afastados da cidade e, por serem de grande capacidade, acabam levando mais dias para que um pedido chegue até a casa do cliente.
Quando a loja fantasma está em um centro urbano, uma marca pode atender com maior precisão os consumidores da região e até mesmo fidelizar novos clientes. Os motivos são a agilidade na entrega e a possibilidade de o item ser retirado no local.
“Para o varejo, a dark store vai funcionar como um hub de abastecimento em uma determinada região e possibilita outros modelos de negócio, como um cliente comprar on-line e devolver o produto na loja fantasma após testá-lo”, explica Daniel Feche, Business Development Manager de Varejo para Soluções Verticais da Embratel
Sem contar que essa aproximação pode impactar positivamente na finalização da compra. O abandono do carrinho no e-commerce é algo recorrente nas marcas e muito deve-se ao frete, taxas e impostos, segundo pesquisa do Instituto Baymard.
Quando uma marca está mais próxima de seu consumidor por meio de uma dark store, ele consegue reduzir esses custos burocráticos e diminuir as perdas em vendas.
E as dark kitchens?
As dark kitchens (cozinhas fantasmas) são uma vertente das dark stores. “Assim como na loja fantasma, essas cozinhas são relevantes na questão de custos, porque você só terá o investimento de infraestrutura básica”, comenta Feche.
Por exemplo: uma pessoa deseja abrir uma hamburgueria. Ela vai precisar encontrar um local, decorá-lo, trabalhar na fachada, equipar a cozinha com o maquinário e itens para serviços os clientes, adesivar o estabelecimento, criar um cardápio físico, entre outras demandas.
Ainda é preciso contratar as tecnologias que vão dar suporte a toda a operação: conectividade Wi-Fi para os clientes acessarem o cardápio digital, um link dedicado para manter os sistemas de gestão e de pedidos sempre disponíveis, ferramentas de segurança para evitar roubo de dados.
Em uma dark kitchen, o investimento inicial concentra-se no espaço em que a cozinha será instalada e as tecnologias para manter a operação. “Por exigir uma infraestrutura básica, os restaurantes podem redirecionar as vendas [para os itens] e ganhar em cima disso, precisando se atentar à embalagem e à marca visual dela”, explica Daniel Feche.
Todo esse custo mais baixo tem outro motivo: assim como as lojas fantasmas, as dark kitchens funcionam apenas com pedidos on-line. Embora algumas cozinhas até possibilitam a retirada no local, muitas atuam em parceria com os motoqueiros da própria casa ou de aplicativos.
Lógico, nada impede de um restaurante físico criar sua própria dark kitchen. É o caso do L’Entrecôte de Paris que, após adotar o conceito, viu a oportunidade de expandir a marca e espera alcançar 80 operações de delivery até 2023.
Exemplos de marcas que possuem dark stores
Em tempos de pandemia, uma dark store é uma oportunidade para a marca continuar sendo reconhecida pelos consumidores. Abaixo, confira alguns exemplos de varejistas que estão investindo cada vez mais no conceito em seus negócios on-line.
– Marisa
A rede de moda decidiu abrir uma dark store em São Paulo para atender as clientes da capital, da região metropolitana e da região Sudeste. Ainda implementou o modelo “ship from store”, transformando 200 lojas da marca em minicentros de distribuição.
– Rappi
A startup montou lojas fantasmas nas cidades de São Paulo, Campinas, Curitiba, Recife e Fortaleza. Em todas elas, os clientes poderão comprar os produtos das varejistas parceiras da Rappi. A ideia é que o consumidor faça feira pelo aplicativo e receba a compra em até 10 minutos.
– Uber Eats
A cozinha fantasma da Uber Eats tem uma estratégia diferente: uma única cozinha é usada para até seis marcas diferentes, com seis tipos diferentes de comida.
– Panvel
A rede de farmácias quis expandir a presença da marca no Sul e investiu em uma dark store. Ela irá atender aos pedidos feitos pelo aplicativo e site da Panvel e será estoque de apoio às lojas da região.
Principais destaques desta matéria
- Dark store é uma espécie de minicentro de distribuição localizado em centros urbanos.
- A ideia é atender a pedidos feitos on-line e entregá-los com agilidade.
- Saiba mais sobre o conceito e as vantagens de gerar awareness com uma loja fantasma
Especialistas detalham o cenário do déficit de talentos em TIC e pontuam formas de combater
Saiba mais