Startups que usam tecnologia para cuidar da saúde da mulher: essa é a definição de femtech, termo criado em 2016 por Ida Tin, fundadora do Clue, um aplicativo que facilita o acompanhamento do ciclo menstrual e da ovulação.
De lá para cá, o conceito evoluiu e passou a englobar diversas áreas da saúde, como cuidados pessoais, bem-estar, saúde reprodutiva e mental e até programas de apoio à carreira, uma vez que as mulheres normalmente se sentem sobrecarregadas com a dupla jornada, que inclui cuidados com a casa e a família.
A ideia está bastante alinhada às novas tendências na área de saúde, que ressaltam a importância de cuidados integrais para a promoção da qualidade de vida e prevenção de doenças. Para as startups que apostam nessa área, o mercado é bastante promissor.
Mercado em expansão
Segundo dados do Crunchbase (de 2021), tais empresas receberam, globalmente, mais de US$ 1,2 bilhão. E, segundo a Frost & Sullivan, a previsão é de que, até 2025, esse mercado represente algo em torno de US$ 50 bilhões.
No Brasil já existe até mesmo uma associação dedicada a esse setor, a Femtechs Brasil, que destaca, em sua página inicial, que as mulheres representam cerca de 50% da população mundial, mas respondem por 90% das decisões sobre cuidados primários de saúde para suas famílias.
No entanto, as instituições tradicionais ainda dedicam menos esforços para questões específicas deste público. Dentro da totalidade da área de saúde, o mercado de femtechs representa menos de 1,4% do capital investido, segundo o FemTech Industry 2021 / Q2 Landscape Overview.
Tecnologia é uma habilitadora dos serviços das femtechs
Os avanços em saúde digital são essenciais para viabilizar os serviços das femtechs. Dados analíticos contribuem para que as empresas definam as políticas mais eficientes para prevenção de doenças, por exemplo, enquanto a interoperabilidade em saúde facilita o acesso das pacientes aos serviços prestados pelas startups.
A tecnologia também é primordial para melhorar a qualidade de vida feminina. Um exemplo disso é o trabalho da MobileODT, uma startup israelense que usa smartphones e inteligência artificial para analisar algumas doenças, como o câncer cervical. No caso, um colposcópio inteligente consegue fotografar o colo do útero a uma distância de um metro; a imagem, por sua vez, é transmitida para a nuvem pelo smartphone e o diagnóstico de achados anormais é feito por meio de IA, em cerca de 60 segundos.