Desde que o Facebook mudou seu nome para Meta, o termo metaverso ganhou a atenção das pessoas e suas potenciais funcionalidades despertaram o interesse de organizações de diversos segmentos – inclusive as fintechs, startups que já nasceram aliando a tecnologia aos serviços financeiros.
O metaverso, segundo a consultoria Gartner, funciona como um espaço compartilhado virtual coletivo, criado pela convergência da realidade física e digital, capaz de proporcionar experiências imersivas aprimoradas. Para o universo das fintechs, esse aspecto de realidade virtual e realidade aumentada abre um grande leque de oportunidades, que vão desde a melhoria do atendimento até novas formas de utilização dos serviços financeiros.
25% da população estará no metaverso até 2026
O público para isso, conforme a Gartner, tende a ser cada vez maior: até 2026, a empresa estima que 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação, entretenimento e interação social.
“As empresas terão a capacidade de expandir e aprimorar seus modelos de negócios de maneiras sem precedentes, passando de um negócio digital para um negócio no metaverso”, disse Marty Resnick, vice-presidente de pesquisa da Gartner. Segundo ele, até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para o metaverso.
A economia virtual, no entanto, deve se basear no uso de moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Isso porque não há limites geográficos físicos no metaverso, o que requer soluções baseadas em finanças descentralizadas, ou seja, não controladas por um Banco Central.
Criptoeconomia será a base das fintechs no metaverso
No ano passado, os criptoativos ultrapassaram US$ 3 trilhões em valor de mercado. Vários ETFs com ativos digitais foram lançados e houve um crescimento de investidores institucionais.
O número de empresas consideradas como unicórnio no setor cripto aumentou 491% somente em 2021. “Em síntese: as criptomoedas chegaram para ficar e impactar quase todos os setores da economia global”, disse Divaldo Oliveira, CEO da Wedoiti, em artigo publicado na página Fintechs Brasil. Segundo ele, grandes bancos estão emitindo relatórios dedicados a investimentos em criptomoedas e é cada vez maior a quantidade de varejistas aceitando esse meio de pagamento.
“Como consequência, cada vez mais governos, fundos de investimento e empresas estão formulando sua estratégia para a criptoeconomia e fazendo investimentos para garantir que estejam bem-posicionados no futuro”, completou.
“A capacidade de gerenciar finanças e transações neste novo ambiente será a chave para torná-lo tão envolvente e comparável à vida real”, afirmou Victor Chatenay, analista de fintechs do Insider Intelligence, à Fintechs Brasil. “As fintechs maduras podem explorar a criação de seus próprios metaversos: o mercado NFT da Coinbase, por exemplo, incluirá feeds pessoais com base nos interesses de cada usuário para ajudar a conectá-los com usuários e criadores com ideias semelhantes”.