Parceria Editorial
Chris Anderson, empreendedor e autor do best-seller “A Cauda Longa” (2006), foi convidado para palestrar no summit O Próximo Nível dos Negócios – Como as novas tecnologias e a inteligência artificial habilitam o futuro. O evento, que aconteceu no dia 17 de outubro (2023), em São Paulo, apresentou questionamentos sobre a relevância da Inteligência Artificial (IA). Entre os fatos citados, Anderson acredita que a internet e a IA serão tão vitais para a sociedade quanto a eletricidade, e que muitas vezes elas passarão despercebidas no cotidiano das pessoas e das empresas.
Segundo ele, o próximo passo será a nova revolução industrial, caracterizada pela combinação de IA com impressoras 3D, que fabricarão qualquer coisa, de qualquer lugar, sem nem mesmo conhecimento técnico complexo ou máquinas de grande porte.
José Formoso, CEO da Embratel, foi o responsável pela abertura do evento. Ele debateu o assunto com Anderson, Marcello Miguel, diretor executivo de Marketing e Negócios da Embratel, Ronaldo Lemos, advogado especializado em tecnologia, e Pedro Doria, jornalista e colunista do Globo e da CBN, que fez a mediação do painel.
Quem é o guru dos negócios digitais?
Mesmo tendo nascido em Londres, Anderson vive nos Estados Unidos desde os seus cinco anos. Formado em Física, algumas das mais prestigiadas publicações científicas, como Nature e Science, e jornalísticas, como The Economist e Wired, levam sua assinatura. Ainda em 2009, Anderson criou a 3D Robotics, uma empresa especializada em construir drones. Em 2020, vendeu parte da companhia para a Kittyhawk, a startup de mobilidade aérea autônoma financiada por Larry Page, cofundador do Google, na qual Anderson atua como diretor de Operações.
Sua proposta é um tanto quanto ambiciosa. “Queremos desenvolver um fabricador universal, uma máquina capaz de produzir qualquer coisa, com um único clique”, declarou ele, durante o summit. Para Anderson, esse é um objetivo que ainda depende de muito trabalho e desenvolvimento, contudo, a IA é considerada como crucial para a viabilidade do projeto. “A IA generativa funciona para produtos digitais. Há pouco progresso em hardware. A manufatura ainda é muito manual. Mas essa situação vai mudar”, apontou o guru dos negócios digitais.
O projeto de Anderson na prática
Já imaginou como seria fabricar medicamentos em qualquer lugar? Essa proposta pode se tornar real quando o projeto de Anderson for colocado em prática. “Estamos trabalhando em modelos abertos, nos quais não haverá limites legais ou econômicos para o uso da solução”, explicou o guru dos negócios digitais.
5G para viabilizar o uso de IA
Para Ronaldo Lemos, investir em infraestrutura é crucial para apoiar a nova era, baseada no uso intensivo de automação. “A conexão do 5G com a IA é transformadora. Logo, as ferramentas autônomas vão treinar a si mesmas, dando início a uma nova era de dados sintéticos. Enquanto isso, a nuvem mantém seu papel estratégico e a cibersegurança se mostra um tema mais relevante do que nunca”. Para ele, as organizações têm a missão de combinar tecnologias de acordo com o mercado onde atuam.
“A IA vai estar embutida em tudo o que fazemos. O uso da IA gera eficiência. Você provavelmente não vai perder negócios para a ferramenta, mas pode perder para um concorrente usando a IA melhor do que você”, apontou.