5g cidades Ronaldo Lemos, advogado e especialista em tecnologia

Redes privativas 5G viabilizam cidades e indústrias inteligentes

5 minutos de leitura

Ronaldo Lemos comentou sobre o poder das cidades inteligentes, enquanto companhias demonstraram soluções práticas no estande da Embratel no Futurecom



Por Redação em 06/10/2023

O que é uma cidade mais inteligente e o que ela vai oferecer para as pessoas em termos de qualidade de vida? Todas as respostas, é claro, não estão disponíveis e nem sempre serão as mesmas, mas já é possível perceber os efeitos causados por avanços de tecnologias como a Web 3.0, a inteligência artificial e a internet das coisas nos serviços públicos de saúde, segurança, educação e na gestão geral das cidades. Nesse universo, é o 5G quem traz as grandes promessas, como habilitador.

Antes de falar do futuro, contudo, vale lembrar a evolução até o estágio atual. A internet surgiu para conectar computadores em aplicações simples. Depois a rede passou a ser de pessoas conectadas, e isso gerou valor significativo, por mais que ainda tenhamos muitas pessoas fora das conexões. Surgiram então as necessidades de conectar objetos, a internet das coisas, conectando desde uma lata de lixo até toda uma planta industrial, o que também gera valor. Hoje, o que mais se fala é da internet dos serviços, com a inteligência artificial, para a qual o 5G cria um outro nível de conexão, uma outra maneira de pensar em serviços. Junto a isso, a Web 3.0 e a blockchaim apoiam aplicações descentralizadascria.

Foi o que contou o advogado e especialista em tecnologia, Ronaldo Lemos, durante palestra no estande da Embratel na Futurecom 2023. Segundo ele, é preciso ter uma convergência entre dados, softwares, manufatura, produtos e serviços. 

A cidade como um painel de controle

Lemos mostrou exemplos de cidades inteligentes, lembrando que os dados são muito importantes, mas que também é fundamental pensar em cibersegurança, fazendo com que elas avancem com responsabilidade. “A cidade responsiva é aquela que olha para o cidadão e responde aos seus desafios”, disse.

Ele exemplificou que a Estônia, no nordeste Europeu, tem como símbolo a identidade digital, permitindo que qualquer pessoa no mundo seja um cidadão do país. Já a Índia conseguiu cadastrar todos os indianos com íris digital, facilitando ao governo construir suas estruturas públicas digitais. China, Quênia e Tanzânia também foram positivamente citadas pelos avanços digitais.

Em todos esses exemplos, destacou Lemos, a base das cidades inteligentes é a infraestrutura de conexão, o 5G. Tão importante quanto, são os cidadãos que, segundo o especialista, também precisam ser “intelitentes”. Afinal, são as pessoas quem tomam a decisão de onde implantar um novo negócio. “Essa é a grande promessa do 5G: fazer as pessoas enxergarem a cidade como um painel de controle”.

Leia também:

Quais são as cidades mais inteligentes do Brasil

Busca por soluções em cidades mais inteligentes

Quando o tema é cidade inteligente, a mobilidade surge como destaque. A Intelbras levou para o espaço da Embratel no Futurecom 2023 uma solução de mobilidade e monitoramento por vídeo, fazendo a conexão de câmeras através de chip de celular.

Fábio Hernando

A solução permite o monitoramento de uma situação de risco, através de câmeras móveis, com a posição delas no mapa, em tempo real, interagindo com câmeras fixas (bodycams). Essa interatividade permite gerar alertas e enviá-los para a central de monitoramento também em tempo real, o que auxilia o operador em campo a uma tomada de decisão rápida e mais segura. “A iniciativa vem sendo utilizada em cidades do interior de São Paulo e em Santa Catarina, para auxiliar no monitoramento. O equipamento se aplica ainda em segurança privada e para empresas que precisam de mobilidade”, explicou Fábio Hernando, da engenharia de aplicação da Intelbras.

Usar a IA para atender as dores da mobilidade é um dos objetivos do semáforo inteligente desenvolvido pela Seebot. E isso só é possível a partir da solução de uma outra dor: a conectividade. Graças à conectividade 5G, explicou Aleksandro Montanha, CEO da Seebot, foi obtida por uma aproximação de empresas de construção de IoT como a Embratel.

Segundo ele, o semáforo tem a capacidade de identificar os veículos e entender o comportamento deles, avaliando o tempo que levam para cruzar a via, se há um comportamento massivo em um determinado horário ou dia da semana e, então, se adaptar automaticamente de acordo com esse entendimento.

A IA tem um aprendizado da experiência durante esse processo e, assim, vai evoluindo a sua capacidade de otimização, registrar infração de trânsito, reconstruir acidentes em 3D e uma infinidade de sistemas de segurança. Outro aspecto é a segurança dos dados. “Temos tudo isso implementado em nível de hardware, que permite a autoridade de trânsito se comprometer a implementar esse sistema na cidade com segurança e tranquilidade”, disse Montanha.

5G no varejo e na indústria

Quando se fala em tecnologias para rastreabilidade, identificação e inventário, é preciso entender como elas conseguem se conectar com as regras de negócios das companhias para trazer visibilidade à cadeia de suprimento, de modo que ela se conecte também com o colaborador e os clientes finais, de uma maneira otimizada. Quem visitou a Ilha de Conectividade da Embratel no Futurecom 2023 pôde entender mais sobre o assunto, sendo o 5G o habilitador central das soluções. 

A Zebra, por exemplo, apresentou seus equipamentos voltados para o ambiente corporativo de conectividade. São coletores de dados, em smartphones ou mesmo tabletes robustos. Embora tenham até uma aparência de consumer, eles têm toda uma característica, um ecossistema para estar inserido nesses ambientes. O RFID (identificação por rádio frequência) consegue trazer automação e visibilidade para esses inventários, seja dentro dos ambientes ou seja nos fluxos transacionais de um local para outro. 

Aline Garques e Vinicius de Souza

“Aqui, o nosso leitor RFID conectado a uma CPE 5G (equipamento dentro da instalação do cliente), está se comunicando diretamente com a nuvem, onde está rodando a aplicação. Estamos trazendo esse ambiente autônomo para que façamos esse tipo de automação”, comentou Vinicius de Souza, engenheiro de vendas da Zebra.

Quando o assunto é automatização, o AMR, nova tecnologia do sistema de AGV da Translift, viabiliza automatizar atividades com movimentação repetitiva e ainda fazer o mapeamento à laser da sua localização, mesmo fora da fibra, ao contrário dos antigos AGVs. “Como está conectado no 5G, ele consegue se comunicar com um semáforo, com o CLP (controlador lógico programável) da Siemens, com o RFID da Zebra, etc”, explicou Leonardo Oliveira, programador da Translift.

Fruto de parceria com a Claro e a Embratel, a Siemens apresentou seus CLPs, fundamentais para todo equipamento industrial que necessita de automação especial inteligente. O consultor técnico de pré-venda da empresa, Matheus Lima, explicou que só é possível atender aos protocolos industriais com confiabilidade e baixo tempo de comunicação  por meio de rede privativa 5G, da Embratel. 

O sistema garante o transporte de dados que estão no chão de fábrica, por exemplo, para uma nuvem, operada por um dashboard na sala da gestão da produção ou mesmo no smartphone do gerente fabril. 

5g  cidades
Matheus Lima

Como se tratam de processos críticos, é preciso que todos os equipamentos industriais estejam homologados dentro do core 5G da Embratel, para que se tenha a segurança de que os dados não vão ficar navegando na rede convencional de conectividade. “Mas, se eu precisar usar a cobertura do 5G para fazer um acesso remoto, é possível. Há outras soluções de vídeo utilizando 5G, nas quais conseguimos identificar esse tipo de aplicação também”, comentou Matheus Lima.  

5G no campo

Não só no ambiente fechado a conectividade 5G demonstra sua eficiência, ela também pode ser utilizada em ferramentas de agricultura digital, que visam gerenciar melhor a propriedade rural, e aumentar sua eficiência na  metodologia de trabalho para produzir mais na mesma área.

A FarmersEdge apresentou soluções de imagens de satélite, com resolução de três metros, estação meteorológica que complementa a parte de imagem, ferramenta de telemetria e equipamentos que, colocados nos tratores, permitem fazer toda a rastreabilidade com relação à velocidade, colheita, plantio, pulverização, etc.

5g cidades

Ainda, é possível criar uma zona de manejo para identificar as diferenças físico-químicas para fazer uma fertilização variável, como explicou Celso Macedo, executivo da Farmers Edge. Esse conjunto de tecnologias, viabilizadas pelos novos padrões de conectividade, estão criando uma produção agrícola mais eficiente e sustentável, em linha com a grande missão brasileira de contribuir na redução da insegurança alimentar no mundo.



Matérias relacionadas

redes privativas 5g e redes privativas virtuais Conectividade

No próximo nível, quais serão os novos horizontes com Edge Computing, Redes Privativas 5G e Redes Privativas Virtuais?

Cristiano Moreira, da Embratel, e Lucas Godoy, da Ericsson, discutiram os custos associados à cloud e os benefícios de redes privativas para os usuários

5g china Conectividade

Avanço do 5G impulsiona inovação na China

O país alcançou 3,5 milhões de estações em fevereiro, segundo dado do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT)

omnicanalidade Conectividade

Wake On The Road RJ: omnicanalidade mira na experiência do consumidor

Evento apresentou desafios e oportunidades sobre a experiência do cliente

rede privativa 5g Conectividade

John Deere adota rede privativa 5G em fábrica nos EUA

Fabricante ativa tecnologia como base de sua planta inteligente