Parceria Editorial
Como será o futuro da indústria 4.0? Com o avanço de tecnologias como internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA), aliadas à melhor conectividade do 5G, a tendência é de que as fábricas ampliem sua produtividade, liberando funcionários de tarefas repetitivas e muitas vezes perigosas. Com isso, os profissionais passam a atuar em áreas estratégicas e de alta performance, impactando o negócio de forma positiva.
“A troca de dados, em tempo real, entre diferentes máquinas e sensores, aumenta exponencialmente com as conexões 5G, de altíssima velocidade. Com o 5G, todo o ecossistema industrial é beneficiado, para além do chão de fábrica”, disse a jornalista Cristina de Luca, no segundo episódio da série “Empresas líquidas”, promovido pela Embratel, em parceria com o The Shift.
“A tomada de decisões na Indústria 4.0 será acelerada pelo analytics e os processos de manufatura ganharão maior precisão, com o uso otimizado de materiais e recursos, como energia. Isso trará melhorias para todo o setor produtivo, incluindo a cadeia de suprimentos, a logística e o comércio”, completou Cristina.
Revolução industrial 4.0
A expectativa é de que, em 2026, esse mercado movimente US$ 220 bilhões, quase o triplo do registrado em 2020. Um estudo recente da McKinsey projeta que até 2030 a IoT poderá gerar entre US$ 5,5 trilhões a US$ 12,6 trilhões, globalmente, e a indústria 4.0 será responsável pela maior parte dos negócios (26%).
Alexandre Gomes da Silva, diretor de marketing B2B da Embratel, explicou que a indústria 4.0, ou a quarta revolução industrial, tem o propósito de viabilizar fábricas inteligentes. “Essa revolução proporciona um mundo no qual os sistemas físico e virtual da fabricação operam de forma global e flexível”, afirmou.
Segundo ele, são seis os princípios que vêm junto com a indústria 4.0: interoperabilidade, possibilitada pela integração computacional; virtualização, que viabiliza os chamados gêmeos digitais; descentralização, que é a tomada de decisão sem intervenção humana; a capacidade de coletar e analisar dados em tempo real; os serviços oferecidos em computação em nuvem; e a modularidade, que é a adaptação de forma flexível destas tecnologias.
Márcia Ogawa Matsubayashi, sócia líder da indústria de tecnologia, mídia e telecom da Deloitte Brasil, destacou que a indústria 4.0 é a integração vertical e horizontal de uma indústria. “As informações precisam estar conectadas. O 5G, a IoT, a IA e o Big Data trazem outra realidade para a gestão das empresas. Hoje, em uma fábrica, até existe automação, com sistemas que medem, por exemplo, temperatura ou pressão dos equipamentos. Mas não há uma persistência e integração destes dados”, ilustrou.
Em sua avaliação, o 5G pode revolucionar a indústria. “Hoje já há robôs cabeados, mas com o 5G eles poderão ser colaborativos, por exemplo. A sensorização dos dados pode proporcionar uma fluidez horizontal, com visibilidade de todos os dados da cadeia”, acrescentou Márcia.
Como a nuvem e o 5G habilitam a inteligência artificial?
A revolução industrial 4.0 é impulsionada por tecnologias estabelecidas e emergentes, segundo Silva. “Temos muitas tecnologias envolvidas, como IoT, IA, robótica e automação de processos robóticos, impressão 3D, drones, realidade mista, cloud. O habilitador-chave de tudo isso é a conectividade. Ou seja, todo o potencial da indústria 4.0 será plenamente realizado por meio da implantação, em larga escala, de redes 5G”, explicou.
De acordo com o executivo, o 5G vai atualizar as redes 4G e trará novas facilidades, como os drives funcionais, comunicação de baixa latência ultra confiável, comunicação massiva de IoT, alta disponibilidade, networking slicing (“fatiamento” das redes), uso eficiente de energia e segurança. “A transformação também passa pelos casos de uso, como a automação em tempo real, os veículos conectados, ações de monitoramento e rastreamento, entre outros”, completou.
Para Márcia, o 5G vai complementar a conectividade já cabeada existente hoje nas fábricas. “O 5G vai proporcionar maior segurança na conectividade indoor e outdoor”, afirmou.
“O 5G trará evolução e habilitará tecnologias existentes e emergentes”, completou Silva. Segundo ele, o que vem pela frente é uma verdadeira revolução. “Como uma habilitadora de infraestrutura digital, a Embratel tem como propósito viabilizar a implementação e integração deste amplo ecossistema, atuando de forma colaborativa junto aos clientes e parceiros. Mas nós não fazemos um robô, por exemplo. Isso significa que precisaremos entender as aplicações de cada tipo de máquina e entregar a infraestrutura necessária para cada perfil de negócio”.
Inteligência humana aumentada
Maurício Mazza, da Mercedes-Benz, observou que a indústria 4.0 tem que servir para apoiar o ser humano, especialmente na parte cognitiva, que é o que diferencia os profissionais humanos de equipamentos robóticos.
“Ao renovar as fábricas, temos que fornecer as ferramentas certas para os profissionais trabalharem. Aí entram os conceitos da indústria 4.0, de sensorizar, de entender em tempo real o que está acontecendo, de ter capacidade de manobrar a produção, uma série de coisas que não existia antes, na indústria 3.0”, destacou.
Segundo Mazza, as aplicações elevam a produtividade e a qualidade da produção industrial, reunindo a inteligência artificial, que contém um maior número de dados, e a inteligência humana, que combina informações diferentes baseadas em valores pessoais. “E é justamente todo esse potencial que faz a indústria 4.0”, afirmou.