As aplicações do metaverso estão se desenvolvendo e a tendência é de que vários negócios migrem para esse novo ambiente digital. Segundo a Kantar Ibope Media, 6% dos brasileiros que usam a internet (cerca de 5 milhões de pessoas) já transitam pelo metaverso, seja em games, seja em experiências diversas de compra, por exemplo.
O Gartner estima que, globalmente, até 2026 pelo menos 25% das pessoas deverão passar pelo menos uma hora por dia no metaverso. Na prática, isso traz várias oportunidades para as empresas que desejam explorar esse novo ambiente, desde a criação de e-commerces (onde os avatares dos usuários poderão interagir com os produtos a serem comprados) até a realização de eventos.
Esse crescimento do interesse pelos ambientes virtuais, no entanto, vem acompanhado de uma nova preocupação, que é a proteção de dados. Hoje, o uso de um óculos de realidade aumentada por apenas 20 minutos pode fazer com que sejam captados mais de 20 milhões de dados pessoais, como reações do indivíduo, sua biometria e seu comportamento. A observação é da advogada Marcela Joelsons, sócia da área de proteção de dados do Souto Correa Advogados, que participou de uma live do Valor sobre o tema.
LGPD também vale para o metaverso
Segundo Marcela, essa deve ser uma nova preocupação, inclusive porque a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais também se aplica ao metaverso. “Quanto mais informação eu tenho sobre um indivíduo, maior a influência que posso exercer sobre ele, podendo direcionar produtos e serviços”, comentou a advogada.
Embora as empresas, no Brasil, ainda estejam se adequando às regras da LGPD, as organizações que migrarem para o metaverso terão que adotar boas práticas de tratamento de dados pessoais, com consentimento do uso por parte dos titulares brasileiros. Isso vale para empresas nacionais ou internacionais que tenham atuação no Brasil, segundo Marcela.