Até pouco tempo, imaginar a usabilidade da inteligência artificial era algo distante para a maioria das pessoas. Hoje , é impossível falar do futuro da humanidade sem considerar o avanço dela. Na mesma medida que a tecnologia evolui, surgem questionamentos sobre como a IA impactará o nosso futuro. Sobre isso, o futurista Ray Kurzweil, que participou do festival South by Southwest (SXSW), evento realizado em março (2024), conversou com o jornalista Nick Thompson. No centro das atenções está uma mudança de paradigma apresentada por Ray em seu livro “The Singularity Is Nearer” (A Singularidade está mais próxima, na tradução livre).
Uma curiosidade sobre o exemplar é que ele foi lançado em 2022, ou seja, Ray, considerado o “Nostradamus da IA”, não teve tempo de incluir a crescente onda de IA em seu livro.
Para o futurista, a IA está se aproximando rapidamente de um ponto em que poderá superar a inteligência humana. Kurzweil define a inteligência artificial geral (IAG) como a capacidade de “emulate any human being”, ou seja, fazer tudo o que um ser humano pode fazer. Ele acredita que, com o tempo, a IA se tornará cada vez mais sofisticada, eventualmente se conectando ao nosso cérebro e criando uma simbiose homem-máquina.
Previsão para 2029
Quando o jornalista Nick Thompson perguntou A Kurzweil sobre a previsão de que em 2029 o computador passaria o teste de Turing e se a evolução da IA mudaria algo no seu posicionamento, a resposta foi: não. “Mesmo que tenha passado no teste de Turing, o teste de definição de Turing não é preciso”. (O teste de Turing previa que uma máquina imitasse o pensamento humano).
Outra afirmação do futurista foi sobre o LLMs (grandes modelos de linguagem), que funcionam como extensões do cérebro humano. Não é possível, segundo ele, enxergar singularidade sem ter o computador conectado ao cérebro humano.
Mudança de paradigma, segundo, Ray Kurzweil
De acordo com o futurista, essa é uma questão que envolve a nossa identidade enquanto “Homo Sapiens”. Em seu último livro, Ray previu que, no máximo até 2029, os computadores alcançariam o nível de inteligência humana, oferecendo melhores soluções para os desafios. Agora, a ideia é que até 2030 a inteligência artificial seja super inteligente, ultrapassando as capacidades humanas, atribuindo inclusive avanços médicos contra o envelhecimento.
Ray afirmou durante palestra que, “se formos diligentes, viveremos 500 anos. Teremos, por exemplo, testes de vacinas em ambientes biológicos simulados que replicarão o ser humano em ambiente virtual. Disso, virão os remédios do futuro”, sugeriu.
Nuvem
Segundo o especialista, até 2045 nossos cérebros estarão diretamente conectados à nuvem. E por mais estranho que pareça hoje, isso “aumentará a nossa inteligência em um milhão de vezes, além de expandir a nossa consciência de maneiras que mal podemos imaginar”.
Para finalizar, o futurista pontuou que a criatividade é uma fronteira já ultrapassada. “É perceptível que isso tem ocorrido, principalmente com ajudas de IA Generativas”, completou.