Mulheres na Tecnologia

mwc 2024 Foto: Reprodução/MWC Barcelona

Mulheres conquistam espaço no MWC, em Barcelona

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Além de mais espaço para as mulheres no palco principal, MWC organizou o Summit Diversity4Tech para discutir diversidade no setor de TIC



Por Redação em 18/03/2024

O Mobile World Congress (MWC) é o principal palco global de tendências do setor de telecomunicações e, na edição 2024, a organização deu espaço para maior diversidade em suas apresentações, com destaque para participação feminina. Executivas palestraram sobre os mais variados temas, abordaram assuntos de relevância no momento, como Inteligência Artificial e seu impacto no trabalho, e inovações futuras, como o 6G.

Segundo a Meio e Mensagem, a CEO da operadora inglesa Vodafone, Margherita Della Valle, foi a primeira a subir ao palco principal do MWC, apontando como a evolução das redes móveis impactou o consumo e o relacionamento em sociedade. Se com a chegada do 4G houve uma explosão de empresas de tecnologia e da digitalização de negócios, como o Uber e o Instagram, a expectativa é que o 5G e, futuramente, o 6G, mudem a forma em que o setor industrial opera.

Margherita Della Valle (Foto: Reprodução/MWC Barcelona)

Margherita falou em maior produtividade e segurança nas fábricas, mas destacou que isso só pode acontecer se houver parceria entre as empresas de tecnologia, telecom e indústrias. Ela argumenta que o setor de telecomunicações precisa estar aberto à colaboração e focar na inovação, deixando de lado uma visão de que as operadoras dão conta do recado sozinhas.

Mulheres no MWC 2024

Ainda sobre tendências, Leslie Shannon, diretora de Pesquisa de Inovação na Nokia, trouxe de volta para a conversa o metaverso, ou melhor, a realidade estendida (XR). Esse setor vai passar dos US$ 55 bilhões gastos no ano passado para US$ 490 bilhões até 2030, mostrando que, mesmo com o hype já tendo passado, ainda há potencial de negócio neste meio. Segundo ela, o metaverso ainda está se consolidando em busca de aplicações práticas e muitas delas estão na indústria, como os gêmeos digitais.

A IA foi abordada logo de início por Liliac Ilan, diretora de desenvolvimento de negócios da NVIDIA, empresa que está investindo pesado nessa tecnologia. Em sua fala durante um painel, a executiva destacou o impacto que a inteligência artificial trará nas redes com a chegada da AI-RAN, redes geridas por IA capazes de fazer a gestão de banda e até mesmo organizar o espectro de conexões Wi-Fi, por exemplo.

A evolução natural dessa tecnologia poderá trazer impactos revolucionários no mercado de telecom, pois a inteligência de redes tem potencial para fazer com que diferentes IA’s se conversem, o que pode permitir metodologias que melhorem a latência de comunicação em redes móveis e flexibilizem o slicing, que é a segmentação de redes móveis e sua personalização.

Ainda sobre o tema de IA, Iris Meijer, CPMO na operadora Verizon Business, ressaltou a importância da diversidade e da representação na ciência de dados. Ela clama por urgência nesse debate principalmente porque a IA generativa passa a alcançar um público maior, e necessita de uso consciente e responsável para não impactar negativamente a sociedade.

Diversidade além das mulheres no MWC 2024

Assim como o maior espaço conquistado pelas mulheres no palco principal do evento, o MWC 24 organizou o summit Diversity4Tech para aumentar ainda mais o espaço para a discussão da diversidade no ramo das TIC. O assunto vai além da inclusão e chega no financeiro, já que, segundo estudo da consultoria McKinsey & Company, empresas focadas em políticas de gênero performam 15% melhor do que sua concorrência. Além disso, as companhias que são etnicamente diversas superam em 35% as demais.

O summit apresentou iniciativas de diversidades nas empresas. A Amazon Web Services (AWS), por exemplo, investe no engajamento do público interno por meio de atividades voluntárias, como o programa “embaixadores da inclusão”, grupo formado por voluntários para fomentar o tópico. A AWS tem 18 mil embaixadores, mas a meta é alcançar 25% dos colaboradores.

Fugindo um pouco das empresas de tecnologia, a Adidas resolveu fazer parcerias com atletas negros e LGBT+ para aumentar o alcance dessas pessoas. Além disso, ela investiu em autoavaliações iniciais para depois criar um ambiente de treinamento e aprendizado para os líderes da marca, de forma a criar uma cultura de diversidade e inclusão no topo da pirâmide. Já a Nokia focou no treinamento de mulheres para cargos de liderança, o que permitiu saltar de 30 para 189 trabalhadoras promovidas em dois anos.



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