“O setor de telecomunicações é fundamental para a sociedade, não só para a manutenção dos serviços digitais, mas também pelo histórico da transformação digital na evolução das telecomunicações. Eles caminham juntos. Hoje, a Cloud representa um dos principais serviços dentro do nosso portfólio”, declarou Diuliana França, diretora de Serviços de Cloud da Embratel, durante o painel “Vantagens da Nuvem Híbrida”, que aconteceu na 1ª edição do TS Data Center Cloud Summit, promovido pelo Tele.Síntese.
O painel foi moderado por Alexandro Nanni Castelli, vice presidente de Associados da AbraCloud, com a participação dos convidados: Everaldo da Guarda Junior, head de Produtos de Cloud, IA e IoT na Oi Soluções, Fernanda Spinardi, líder de Gestão de Soluções para Clientes da AWS Brasil, além de Diuliana França, da Embratel.
Segundo Diuliana, “só foi possível termos smartphones e todos os aplicativos, com essa transformação digital do serviço, porque tínhamos uma rede exportando e com a evolução do 5G, Edge Computing, toda essa tecnologia adicional e de vanguarda que une tanto a parte de processamento em nuvem, quanto tecnologias avançadas sendo suportadas pelas redes de telecomunicações”, justificou.
Para ela, ambientes híbridos enfrentam alguns desafios. “Alguns são intrínsecos ao que o próprio negócio exige, como questões técnicas e de segurança. Além disso, existe o desafio da conectividade”.
Vida Real
Fernanda Spinardi relembrou como o modo de vida se transformou de forma muito rápida com a tecnologia. “Meus filhos não sabem o que foi a vida antes do Netflix, das compras da Amazon, do Uber, por exemplo. O acesso à tecnologia foi democratizado por meio da nuvem, de arquiteturas híbridas. Isso transformou o nosso modo de vida e de nossos clientes”, afirmou.
Como case, Fernanda citou a transição feita no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que passou por uma situação de catástrofe, em que o data center principal foi atingido pela inundação que afetou o estado em maio deste ano (2024). A instituição conseguiu fazer toda a migração de dados para a nuvem em 15 dias, usando ferramentas que possibilitaram a construção de uma arquitetura híbrida para fazer a migração em tempo recorde e restaurar um serviço de primeira necessidade para a população.
Sobre as regiões mais afastadas, Diuliana contou que a Embratel tem soluções de Cloud Edge. “É efetivamente aí o futuro, onde vamos habilitar e exponenciar as aplicações de IoT, porque elas vão necessitar realmente de um processamento local mais próximo de onde o dado é gerado e de onde ele é consumido. Então, a gente também entrega uma solução de Edge junto com 5G”, completou a diretora da Embratel.
Nuvem híbrida
Institutos como o Gartner já apontam o momento da adoção de nuvem híbrida pelo qual o Brasil está passando. “A tendência apontada pelo Gartner é de que a arquitetura híbrida será a próxima para os próximos anos. As organizações estão precisando cada vez mais digitalizar seus negócios, e a transformação digital é um ciclo de melhoria contínua que não tem início, meio e fim. Por isso, incorporar novas soluções, novas formas de se fazer e de inovar, é uma necessidade constante”, apontou Everaldo da Guarda Junior, head de Produtos de Cloud, IA e IoT na Oi Soluções. Segundo ele, a IA, por exemplo, vai precisar ter engines rodando na infraestrutura de cloud pública para que os dados possam ser utilizados. “Eles normalmente estão hospedados na infraestrutura on premisse. Então, quando se precisa conectar e integrar tudo isso, a arquitetura de nuvem híbrida vem como viabilizador, mas que também traz alguns desafios”, completou o especialista.
Para Fernanda Spinardi, da AWS, os clientes buscam arquitetura em nuvem, e como consequência, a nuvem híbrida, sendo ela transitória ou permanente, em busca de escala e agilidade, da possibilidade de ter os recursos de infraestrutura de tecnologia (de forma praticamente instantânea). Além disso, também buscam o menor custo, performance e ferramentas de segurança avançadas. “Os clientes buscam até a expansão global do seu serviço, e a nuvem tem a capacidade de proporcionar isso. Então, os casos para a adoção da nuvem são bastante sólidos. O que pode acontecer são jornadas diferentes, desenhadas de formas diferentes”, completou a especialista da AWS.
Mercados
Os especialistas apontaram alguns setores que estão utilizando a tecnologia em maior escala. Para Guarda Junior, a área de saúde evolui mais lentamente. “Principalmente por contar com dados mais sensíveis e com maior valor para o cibercrime, o setor da saúde ainda lida com compliance regulatório, a necessidade de estar em conformidade com a LGPD, e com diversos fatores de segurança, fazendo com que ele se torne mais conservador em termos de evolução. Outros setores, como o mercado financeiro e o de e-commerce, entendem a necessidade de ter aplicações mais próximas dos usuários, com maior flexibilidade”, explicou.
Fernanda Spinard concorda que o mercado financeiro é um dos mais avançados em termos de adoção de nuvem. Segundo ela, muito impulsionado por nativos digitais. “Se a gente pegar o caso do Nubank, ele é um grande disruptor dos serviços financeiros no Brasil e agora está expandindo globalmente. Tem o Itaú, o maior banco da América Latina, também construindo a sua jornada de arquitetura híbrida e migração para nuvem, mas vemos um setor como o da saúde ainda muito tímido e conservador, salvo pelas startups que estão de olho na inovação e usam a nuvem para fazer o processamento. Então, independentemente do tamanho da empresa, a gente vê a nuvem como uma possibilidade real de inovação e de escala”, disse.
Diuliana França concluiu sua participação citando os próximos investimentos da Embratel para as soluções tecnológicas no Brasil: “recentemente, anunciamos investimentos em torno de R$ 40 bilhões no país até 2030. Investimento esse que vai acontecer nas diferentes linhas de atuação da empresa, seja em telecomunicações para o avanço, seja em data centers ou aqui nos nossos serviços em Cloud. A proposta sempre será levar o nosso cliente para o próximo nível em seus negócios”, declarou.