Estée Lauder, companhia que detém marcas como MAC e Michael Kors, conseguiu gerar valor com solução de realidade aumentada que melhora a experiência de suas consumidoras
A Estée Lauder, empresa do setor de beleza e que conta com mais de 25 marcas, conseguiu com a realidade aumentada (RA) algo que muitas outras companhias ainda tentam: gerar valor comercial com a tecnologia.
Desde o início da pandemia de COVID-19, a companhia decidiu implantar a realidade aumentada para levar uma melhor experiência aos clientes. Para isso, a Estée Lauder adotou a plataforma AR Virtual Try On (VTO), segundo matéria do site CIO.com.
Essa solução permite que as consumidoras “experimentem” virtualmente os produtos das marcas pertencentes ao conglomerado da Estée Lauder (Clinique, MAC, Michael Kors, entre outras). Assim, as clientes avaliam se a make com um determinado batom, máscara, base, sombra e ou qualquer outro item ficou boa antes decidir pela compra.
Pense na importância dessa solução em uma situação de pandemia, em que qualquer experiência em loja física foi vetada e precisou passar por reformulações para atender as restrições sanitárias.
Chris Aidan, vice-presidente de tecnologia digital e engenharia da Estée Lauder, explicou que proporcionar essa experiência “como se estivesse na loja, mas dentro de casa” trouxe benefícios. Ao site CIO.com, ele disse que a possibilidade de experimentar os produtos e compartilhar as imagens em redes sociais aumenta a satisfação das clientes das marcas.
Não só isso: as consumidoras (fixas e potenciais) têm mais chances de experimentar novos produtos. “Usando nossa plataforma de experiência virtual de realidade aumentada, as consumidoras podem ver o tom exato e escolher os produtos que eles sabem que terão uma boa aparência”, comentou.
A tempestade perfeita para a realidade aumentada
Lembra do contexto “pandemia” do início do texto? Pois bem, ela forneceu o que o site CIO.com chamou de tempestade perfeita para impulsionar a adoção de realidade aumentada.
“A preferência crescente das consumidoras por usar dispositivos pessoais para descobrir produtos, combinada com sua reticência em entrar em contato com superfícies compartilhadas, está tornando-as receptivas a experimentar novas experiências digitais em vez do típico varejo pessoal”, escreveu a publicação.
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Foi, por assim dizer, o empurrãozinho que faltava para o lançamento de uma solução que contasse com a tecnologia.
Realidade aumentada para criar uma solução digital unificada
O desafio de uma marca do grupo Estée Lauder era o de desenvolver a própria solução de experiência de realidade aumentada do zero. O fato de cada plataforma levar em média seis meses para ser lançada era apenas um dos problemas.
A Estée acabava ficando com uma grande quantidade de soluções no portfólio. Além disso, as marcas ficavam sobrecarregadas com os gastos iniciais da aplicação, sem contar os custos operacionais para manter infraestrutura, a manutenção e o time responsável em melhorar a experiência.
Com a VTO — que conta com modelos intuitivos de serviços de RA — cada marca pôde personalizar suas soluções de acordo com os seus perfis, levando apenas 10 semanas para colocar um plataforma no ar e com custo de implantação 50% menor do que se optasse por uma versão “faça você mesmo”.
Outra facilidade é que as marcas passaram a adaptar os serviços de realidade aumentada pensando nas necessidades da consumidora. A tecnologia oferece experiências em navegador da WEB, em um smartphone, e em um tablet ou espelho inteligente (conheça alguns modelos e oque eles podem fazer) presentes em lojas físicas.
“A tecnologia permite experiências de contato elevado (high touch) que superam as expectativas, em constante mudança, das consumidoras”, disse Ricky Wong, chefe global de gerenciamento de produtos digitais da Estée, ao site CIO.com.
O uso de realidade aumentada tem sido acompanhado também pelos KPIs de engajamento. A Estée tem avaliado o número de sessões iniciadas, o tempo gasto em um aplicativo ou site de VTO e a satisfação do cliente com a tecnologia.
Assim, é possível pegar os insights de uma marca e aplicar em outras com o intuito de personalizar a experiência. Por exemplo, a interação de uma cliente com a VTO da Clinique pode ajudar a personalizar a primeira experiência dela com a VTO da Mac, caso ela não tenha tido ainda.
Centralizando a tecnologia, mas com decisões descentralizadas
A Estée possui uma dinâmica descentralizada, em que cada marca tem autonomia para decidir quais projetos de solução digital vão investir. Essa abertura é uma forma de cada uma decidir como manter a sua identidade e aparência em uma aplicação.
Porém, quando se trata da VTO, houve o desafio de convencer os líderes a aderirem à tecnologia de realidade aumentada. A estratégia foi realizar reuniões regulares para mostrar como a plataforma iria beneficiar os negócios. E como isso foi possível? Com pilotos.
A ideia era mostrar que usar a plataforma poderia acelerar o tempo de lançamento no mercado e, ao mesmo tempo, reduzir custos. Como mostra a matéria do site CIO.com, Wong fez um roadshow interno destacando vantagens importantes da tecnologia. Entre elas:
- Recursos para diferentes regiões e idiomas.
- Sistema de gerenciamento de conteúdo.
- Componentes reutilizáveis para aplicativos móveis.
São esforço que deram certo. Segundo Wong, essa estratégia ajudou a estabelecer a credibilidade e a confiança das marcas da Estée com a VTO. O resultado é que elas implantaram a tecnologia em um ou mais canais e ou consideram fazer isso nos próximos trimestres, afirmou o executivo.
Principais destaques desta matéria
- Estée Lauder, dona de marcas como a MAC e Michael Kors, adotou a realidade aumentada em seus negócios.
- Ideia era oferecer às 25 marcas da companhia novas experiências aos clientes durante a pandemia de COVID-19.
- Confira como ela conseguiu gerar valor com a tecnologia.