Open banking é um sistema que possibilita levar crédito a empresas e startups, além de eficiência. Confira mais detalhes sobre essa inovação.
O open banking tem um impacto otimista na transformação digital do setor financeiro no Brasil. E a segunda fase, que começa a ser implementada a partir de 15 julho, vai trazer oportunidades para o consumidor, empresas e startups.
Em resumo, esse sistema atua com base em um conjunto de regras, permitindo que o consumidor compartilhe seus dados financeiros com várias instituições do mercado. Para o cliente, é a oportunidade de escolher produtos e serviços baseados em ofertas competitivas.
Já para as empresas e startups, o open banking fomenta a concorrência, já que as que não estão inseridas no setor financeiro terão um espaço nele para oferecer crédito aos potenciais clientes e, assim, ganhar uma fatia do mercado.
No entanto, a questão que fica é: qual é o papel da tecnologia nas empresas que olham o open banking e como essas organizações podem inovar os modelos de negócio com eficiência e segurança?
Essas perguntas foram respondidas no primeiro episódio da série A Tecnologia no Próximo Nível, parceria da Embratel com o EstúdioFolha e que abordará temas relevantes sobre tecnologia e inovação nos diversos mercados.
O primeiro encontro teve como tema “Open banking e as Tecnologias por Trás dessa inovação”. Entre os participantes, Antonio João Filho, diretor executivo da Embratel, Carlos Netto, CEO e cofundador da Matera, empresa de soluções tecnológicas para o mercado financeiro, e Marcelo França,fundador e CEO da Celcoin, fintech de open finance que conecta empresas ao sistema financeiro.
Confira os principais pontos discutidos na live.
Quais os desafios que o open banking traz para as empresas?
Se com o open banking os consumidores vão se beneficiar com mais concorrência dos agentes financeiros, o desafio para as empresas está justamente aí. Na opinião de João Filho, da Embratel, as corporações podem se destacar frente a outras instituições do mercado.
“A concorrência é propiciada pelo conhecimento do histórico dos clientes em outras instituições, que podem principalmente melhorar o score de crédito, oferecendo taxas mais atraentes para esses clientes”, disse.
Assim, quem estiver disposto encantar um cliente da concorrência terá a possibilidade de ofertar produtos e serviços com mais benefícios – como tarifas mais baixas – e condições mais vantajosas. Isso tudo graças ao acesso aos dados dos usuários — permitidos por eles — que a inovação permitirá.
Outro ponto discutido por João Filho foi sobre as empresas avançarem uma estratégia multicanal para entregar uma melhor experiência do consumidor. O executivo destacou que um cliente da concorrência espera um padrão de atendimento igual em qualquer instituição que o contate.
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“Muitas empresas buscam ter vários canais para atender o cliente, seja por voz ou no digital. Buscam também levar um atendimento mais humanizado, não permitindo que a máquina tenha uma interação mais robótica”, comentou.
Já sobre os desafios de tecnologia e inovação, o principal desafio é o da segurança. Os cuidados deverão ser intensificados, acredita o executivo, por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
No entanto, João Filho também reforçou a necessidade de as empresas olharem a segurança dos ambientes — principalmente se a estrutura estiver na nuvem — e os aplicativos (seja de crédito ou de instituição financeira) que levarão as ofertas aos clientes.
E as oportunidades?
Uma das oportunidades citada por Calos Netto criadas nos últimos tempos é a interoperabilidade. Como o CEO da Matera lembrou, o PIX deu aos clientes a oportunidade de pagar contas sem necessariamente passar pelo crivo de uma instituição financeira conveniada. Uma grande oportunidade para as fintechs que surgiram.
“Essa é a prova da interoperabilidade que o PIX causou, em que todos podem pagar de tudo. Quando os tributos e concessionárias estão no PIX isso é revolução no sentido de democratizar e aumentar a competitividade para o empreendedor que quer oferecer algo para o cliente final, uma fintech que seja útil”, disse.
O open banking, segundo Netto, representa a abertura. “Se uma pessoa quer migrar uma conta de um banco para outro, não será mais necessário preencher aquele cadastro gigante e ofensivo ao consumidor”, comentou.
Isso porque, quando um consumidor decidir compartilhar os seus dados, ele pode permitir que o banco em que ele deseja abrir uma conta já use os dados fornecidos para finalizar o cadastro. Afinal, a partir de agora, a “posse” dos dados pessoais bancários será efetivamente dos clientes.
Essa inovação, ressaltou o CEO da Matera, não fica somente para as instituições financeiras. Netto explicou que o open banking vai possibilitar que um cliente forneça dados à Receita Federal para a entidade acessar rapidamente o imposto de renda. Outro cenário é o de escritórios de contabilidade terem acesso à empresa do cliente para diminuir rotinas burocráticas.
“Quando estivermos nesse ambiente de open banking, as empresas começarão a ver vantagens, como uma maior eficiência – já que as atividades rotineiras irão diminuir – e maior democratização ao acesso a crédito”, resumiu.
Fintechs e empresas de outras áreas também irão se beneficiar
Marcelo França, da Celcoin, destacou as possibilidades das fintechs em prover novas experiências ao cliente – seja ele pessoa física ou jurídica. Ele explicou que muitas startups do setor surgiram para democratizar o acesso bancário aos consumidores.
“Vemos o open banking como uma oportunidade de as fintechs mudarem o eixo e se tornarem o centro da vida financeira do cliente. Apesar de muitas delas terem milhões de contas, muitas pessoas ainda usam os grandes bancos como primeira conta”, falou. “É uma grande oportunidade para que as fintechs possam criar experiências novas e ancorar o cliente de uma vez por todas ali”.
Outra vantagem é que empresas que não estão inseridas no setor financeiro podem fazer uso do sistema para facilitar a vida do cliente. “Se a empresa utiliza um ERP, ela pode trazer o extrato de uma pessoa jurídica para dentro da plataforma e utilizar APIs para entregar novos serviços, como PIX e pagamentos de conta”, explicou. “O que vamos ver no futuro é que diversos serviços financeiros serão feitos fora do internet banking e dos bancos tradicionais”, disse o representante da Celcoin.
Veja mais detalhes da primeira live da série A Tecnologia no Próximo Nível aqui. Aproveite e entenda por que o open banking é uma oportunidade que exige planejamento e segurança
Principais destaques desta matéria
- Segunda fase do open banking começa a ser implementada dia 15 de julho.
- Inovação foi tema do primeiro episódio da séria A Tecnologia no Próximo Nível, da Embratel.
- Confira os desafios e oportunidades que o sistema trará para consumidores, empresas e startups.