Mercado de Realidade Aumentada deve valer US$ 60,55 bilhões até 2023. Empresas esperam usar tecnologia para impactar negócios e clientes.
A demanda por tecnologias de Realidade Aumentada (RA) e de Realidade Virtual (RV) nos setores de varejo, saúde, construção e jogos vai impulsionar o crescimento desses dois mercados nos próximos anos, segundo um relatório da consultoria ReportsnReports.
Até 2023, a ReportsnReports estima que o mercado de RA atinja US$ 60,55 bilhões (R$ 247 bilhões), enquanto o de RV deve chegar a US$ 34,08 bilhões (R$ 139 bilhões). Um dos motivos é que as companhias estão desenvolvendo soluções orientadas a negócios com essas tecnologias.
Um exemplo é a L’Oreal. Sua subsidiária nos Estados Unidos desenvolveu um serviço que utiliza Realidade Aumentada e Inteligência Artificial para mostrar aos consumidores um possível resultado final caso utilizassem um produto para cabelos da companhia.
Essa simulação dos tons de cor de cabelo é possível porque a L’Oreal utiliza a plataforma ModiFace, que identifica o rosto do usuário através de uma rede neural, junto com o aplicativo Google Lens do Google.
O uso de RA para aumentar o faturamento não é novidade na L’Oreal. Antes do lançamento desse serviço de simulação, a companhia já havia feito diversos testes para entender como a tecnologia poderia impactar no aumento das vendas de produtos de maquiagem e de cabelo.
Para se ter uma ideia do resultado, a marca de produtos de beleza fechou os noves primeiros meses de 2019 com US$ 24,7 bilhões (R$ 100 bilhões) em vendas – aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2018.
Outros exemplos de uso da Realidade Aumentada
A expectativa da consultoria Gartner é que, neste ano, aplicações de RA sejam adotadas em 30% das companhias como parte da estratégia de transformação digital. A tecnologia traz oportunidades de encontrar novos modelos de negócios, de gerar valor e deve impactar as empresas e sociedade.
Além da L’Óreal, outras empresas já sentiram os resultados de apostar em RA. É o caso da BMW, que utiliza óculos inteligentes em um projeto-piloto na fábrica da companhia em Munique (Alemanha).
Os óculos são utilizados como um monitor e trazem informações sobre o estoque da fábrica. Com a RA, o funcionário consegue, ainda, fazer uma varredura dos códigos de barra, que estão conectados ao sistema de gerenciamento da planta. Assim, a BMW viu seu quadro de funcionários reduzir em 22% o tempo de identificação do inventário e diminuir em 33% os erros durante um expediente de oito horas de trabalho.
Já a Boeing se apoia na tecnologia de RA para ajudar os profissionais responsáveis pela fabricação dos aviões comerciais. Com isso, a companhia conseguiu diminuir em 25% o tempo de produção e reduzir as taxas de erro para quase zero, melhorando a segurança. No vídeo abaixo (em inglês), você pode conferir como a Boeing utiliza a Realidade Aumentada em seus negócios:
Por fim, a Realidade Aumentada e Realidade Virtual começam a impactar também o setor financeiro. Uma possibilidade com essas tecnologias é a análise imersiva de dados. Ou seja, quando combinadas com Machine Learning, empresas do setor conseguem analisar e gerar insights a partir da visualização 3D dos dados.
O Bank of America espera lançar um protótipo de visualização de dados ainda este ano. Para isso, a companhia utiliza a Unreal Engine, motor de jogo desenvolvido pela Epic Games, para aplicar uma solução capaz de trazer insights para a área de negociação da instituição financeira.
Principais destaques desta matéria:
- Mercado de Realidade Aumentada deve valer US$ 60,55 bilhões até 2023;
- Estimativa da Gartner é que 30% das grandes empresas usem a tecnologia como estratégia de transformação digital;
- Um exemplo é a L’Óreal, que desenvolveu um serviço com a tecnologia para simular tons de cor de cabelo nos consumidores.