A prefeitura do Rio de Janeiro deve anunciar em breve um conjunto de medidas para incentivar o investimento em tecnologia e inovação na cidade. Entre eles, está a criação de um fundo público no qual o município vai aportar recursos a empresas que se instalarem na cidade nesse contexto da inovação e tecnologia. A informação foi adiantada pelo prefeito Eduardo Paes, em coletiva de imprensa realizada durante o Web Summit Rio.
O prefeito está otimista quanto à evolução desse setor. A cidade tem expectativa de movimentar cerca de R$ 1,2 bilhão até 2028, com investimentos em tecnologia e inovação. “O Web Summit não termina hoje, mas ele cria o ambiente para o dia seguinte. Ele cria o exercício para uma vocação que é natural para a cidade do Rio de Janeiro.”, afirmou o prefeito.
Rio inovação
Paes contou que o Web Summit faz parte de uma iniciativa para a cidade do Rio de Janeiro, para transformar a cidade na capital da inovação na América Latina, compondo um conjunto de iniciativas tomadas ao longo dos últimos dois anos. Entre elas a inauguração do hub de startups Porto Maravalley, na região portuária da cidade, com estreia do primeiro curso de graduação no Instituto de Matemática Aplicada (IMPA), o ImpaTech.
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Em relação à mão de obra, a prefeitura do Rio tem uma iniciativa chamada Ginásio Experimental Tecnológico, com o objetivo de ter 25% da rede municipal de ensino voltada para a lógica do STEAM, sigla para science, technology, engineering, arts and mathematics (ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática). E anunciou que vai quintuplicar a oferta de vagas do Programadores Cariocas, programa voltado para formar desenvolvedores. A ideia é chegar, até 2024, a 5 mil programadores formados.
Paes contou que o cenário da inovação mudou muito nos últimos anos. “Em 2009, quando assumi o primeiro mandato, tínhamos um unicórnio apenas na América Larina, e o setor de tecnologia e inovação não representava uma parte importante do PIB. Essa realidade mudou totalmente. Estamos estimulando uma atividade econômica que é intensiva em mão de obra, que acumula boa parte da riqueza mundial que está nesse setor”, afirmou o prefeito.
Ele considera que o papel das cidades tem se tornado cada vez mais o de criar as condições para atrair a inovação. Isso se dá tanto do ponto de vista de mão de obra qualificada, quanto do ponto de vista da burocracia e carga tributária, sempre em linha com o governo federal.
Para Paes, o investimento em inovação pode ajudar a cidade, inclusive na resolução dos problemas mais básicos, como educação, violência, desigualdade e outros. “Se você não deixar um setor privado tão qualificado florescer, você não terá recursos para tratar dos outros problemas”, afirmou.
O prefeito disse que o Rio se inspira em modelos bem-sucedidos pelo mundo. Por exemplo, o Web Summit consolidou Lisboa como uma cidade que abriga empresas de tecnologia, e Portugal conta hoje com um programa específico para startups. Já o curso de graduação do IMPA, por sua vez, copia o modelo do ex-prefeito Michael Bloomberg, de NY. “O Rio reúne todas as condições para ser a capital tecnológica da América Latina”, concluiu.