Apesar de considerar uma parceria estratégica com o Brasil, o embaixador da União Europeia em Brasília, Ignacio Ybanez, não espera impor modelos europeus à agenda digital local. A avaliação foi feita em entrevista do diplomata à Teletime. De acordo com Ybanez, as agendas são bastante alinhadas com as perspectivas de investimentos de empresas europeias no Brasil. Outro ponto em comum é a preocupação com cibersegurança.
Ele lista desde interesses comuns com grandes fabricantes como Ericsson e Nokia, assim como operadoras daquela região e mesmo projetos de observação da Terra, como o programa Galileu, para o qual existem oportunidades de cooperação.
Parceria desde 2007
A parceria na área digital existe desde 2007 e, na América Latina, somente o México tem status estratégico similar ao do Brasil. A agenda faz parte de uma tríade de interesses comuns entre europeus e brasileiros, que inclui ainda as políticas de transformação digital e o chamado Green Deal, ou acordo sobre sustentabilidade. O escopo da agenda digital inclui cooperação política e regulatória, conectividade digital; negócios e inovação; e observação da Terra.
“O Brasil é um grande mercado no âmbito digital, mas também uma grande democracia, e os grandes desafios que estamos enfrentando na União Europeia também são desafios no Brasil. Por isso queremos essa cooperação”, disse o embaixador à publicação. Ele adiantou, ainda, que aposta em iniciativas como o Digital Act europeu como exemplo para ações similares no país, mas sem impor modelos.
Ybanez também estima em 263 bilhões de euros o valor de estoque de investimentos possíveis, com o Brasil sendo um dos possíveis beneficiários. Já a Agenda Digital, iniciada para aproximação da União Europeia com a América Latina, soma investimentos de 50 milhões de euros.