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Chips de IA e o futuro promissor das tecnologias, segundo Nvidia

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Em palestra no Web Summit Rio 2024, executivo falou da liderança na corrida dos chips de IA e de como a Nvidia entrou no clube das companhias mais valiosas do mundo



Por Redação em 16/04/2024

Depois que o fundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang, falou para analistas de mercado que a companhia havia criado uma nova geração de chips de inteligência artificial, em março, a companhia vem ocupando manchetes de seções empresariais de mídias daqui e do mundo. Um dia antes, Huang havia anunciado o desenvolvimento de um novo software empresarial baseado em IA, balizando as projeções positivas que, inclusive, renderam acréscimos às ações da empresa.

Por esse cenário, a palestra do diretor da divisão Enterprise da Nvidia para América Latina, Marcio Aguiar, foi uma das mais aguardadas do palco central do primeiro dia do Web Summit Rio 2024. Contudo, ele não mudou a direção dos discursos propagados até então, mas reforçou a intenção da companhia norte-americana em liderar a corrida pelos chips de IA.

Mercado de chips de IA

Hoje, a Nvidia detém cerca de 70% do mercado desses chips, segundo reportagem da Exame, e quer continuar dominando o cenário, mesmo considerando anúncios recentes da Intel, Microsoft e Google nesse sentido. “Estamos na corrida dos chips desde 2010 e nos preparamos para estar à frente de uma nova era da computação”, disse Aguiar. “Estamos contentes de ver muitas organizações aproveitando essa oportunidade para crescer conosco”, completou.

nvidia

O mercado de chips – e mais amplamente o mercado de inteligência artificial – é amplo, na visão de Aguiar, e a prova disso seriam as diversas parcerias da Nvidia com players de CPUs. 

Citando que a companhia também está lançando uma nova geração de GPUs, que deve estar disponível no Brasil no segundo semestre, ele classificou a disputa dos grandes players pela liderança do mercado de IA como benéfica. “E o grande beneficiado será o consumidor final”, disse.

Com mais de 50 mil clientes ao redor do mundo, Aguiar considera que a Nvidia tem agora “o custo” de ser pioneira no mercado de chips de IA. “Hoje, somos uma plataforma de computação completa. Mas somos muito mais do que isso. Nos consideramos uma grande startup, que tem muitos frameworks [e apetite para inovar]. Nos últimos anos, surgiram diferentes tipos de parcerias, que não existiam nas gerações iniciais de tecnologias. Gerenciar essas relações para ser uma empresa full stack (pilha de soluções, em uma tradução mais literal) é crucial”, declarou.

Cooperação e competição

Aguiar classifica essa operação como “cooperação e competição”, à medida em que as plataformas de colaboração da Nvidia são compatíveis com seus parceiros, que por hora também são concorrentes, como Microsoft, Amazon, Google e outras. “Essas empresas têm os seus próprios chips, que também são muito bons. Mas os seus softwares só funcionam em suas plataformas. Hoje, a Nvidia é a única capaz de operar com todos eles, e isso ocorre porque, lá atrás, reconhecemos a necessidade de ser multicloud”, revelou.

Mesmo com alguma limitação causada por regulamentações locais para o desenvolvimento de inteligência artificial, como nos Estados Unidos e na Europa, a Nvidia promete “continuar inovando”. Para isso, segundo Aguiar, ela não se limita à IA, e mantém como premissa de negócios continuar a abrir novos mercados. “Veremos muita coisa sobre biofarma, em breve. Estamos desenvolvendo plataformas para descoberta de fármacos”, disse.

A robótica também está no horizonte da Nvidia, assim como uma nova tecnologia que visa misturar o mundo virtual com o real, na linha de gêmeos digitais para manufatura, por exemplo. Chamada de NVIDIA Omniverse, “essa solução vai mudar o jogo, e a indústria de biofarma já está se beneficiando disso”, adiantou Aguiar.

No futuro, que parece cada vez mais próximo, saberemos quais dessas soluções serão validadas. Para a consultoria Gartner, o mercado para chips de IA deve ser uma delas, movimentando cerca de 140 bilhões de dólares até 2027, como indicam as suas projeções.

Hoje, porém, é possível dizer que as apostas da Nvidia têm frutificado, ao ponto de a empresa se tornar a quarta mais valiosa do mundo, atrás de Microsoft, Apple e Saudi Aramco.



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