Depois do sucesso do Pix como sistema de transferência instantânea, o Brasil terá uma moeda digital até o final de 2024. O Real virtual vai se chamar Drex e cada letra tem um significado: D para digital; R para Real, E para eletrônico e o X, para adicionar modernidade ao tema, repetindo o x já presente no Pix. O Drex será uma moeda digital equivalente ao Real e garantida pelo Banco Central (BC). Ele é diferente de criptomoedas, que têm um valor atrelado ao mercado e não têm o lastro do BC.
Segundo reportagem do site TI Inside, o Drex funcionará, na prática, como um primo do Pix, mas com diferentes finalidades e escalas de valores. Hoje, por exemplo, o Pix não vem sendo usado para transações comerciais de alto valor, em função dos limites de segurança adotados para ele. Já o Drex poderá ser utilizado para comprar imóveis, carros e outros bens de maior valor. Ou seja, será mais uma moeda de atacado do que de varejo.
Drex na Febraban Tech
Para quem quiser entender as tendências de adoção do Drex, a Febraban Tech 2024 tem discussões especiais sobre o tema. Uma delas é o painel Com o Drex, a tokenização chegou ao mercado institucional, que acontecerá 27 de junho, no terceiro dia do evento. A mesa redonda vai analisar como os bancos estão se preparando para explorar a nova moeda digital e que vantagens ela traz.
Outras apresentações no dia 27 colocam o tema no centro do debate. A primeira é Tokenização e o futuro do mercado financeiro, que vai discutir a proliferação de instrumentos de moeda digital como base da infraestrutura do mercado financeiro da próxima geração.
A discussão entre os especialistas será sobre os esforços e objetivos de tokenização nos domínios do dinheiro e dos ativos do mundo real, e as interconexões que poderiam uni-los no futuro.
Uma segunda mesa redonda também contempla o Drex, indicando a tokenização de ativos mais tradicionais, a partir do avanço da tecnologia blockchain. Os especialistas convidados devem discutir os benefícios desse processo, que incluem o aumento da liquidez, redução da fricção na transferência de ativos e maior acessibilidade a um mercado global.
Outros detalhes do Drex
De acordo com o Banco Central, o Drex vai viabilizar as tecnologias de registros distribuídos (DLT) similares à blockchain, que permitem a automação de transações financeiras empregando smart contracts, que nada mais são do que programas que rodam de forma segura em redes DLT.
Traduzindo: na compra e venda de um carro, por exemplo, a função de programabilidade do Drex faz com que o contrato só seja concluído quando as duas etapas acontecerem: dinheiro (de quem está comprando) e a propriedade (de quem está vendendo) serão transferidos de forma simultânea. Se uma das partes falhar, o montante pago e o carro voltam para seus respectivos donos.
O Drex poderá ter um custo relacionado ao serviço financeiro que for prestado pela instituição ofertante. Segundo o BC, caberá à instituição definir o custo para o serviço ofertado, seguindo a regulação e considerando o ambiente competitivo, podendo mesmo ser gratuito ou significativamente inferior ao custo de serviço similar anterior à adoção do Drex.