Dois casos de uso demonstrados na SET Expo 2024 deram aos visitantes do stand da Embratel uma oportunidade de ver como inventar, e desenvolver com muita agilidade aplicações de Inteligência Artificial que agregam imediatamente recursos com alto impacto tanto no trabalho de produção quanto na qualidade da programação entregue ao telespectador.
A partir da demanda de uma grande emissora nacional, foi feita uma aplicação, baseada em reconhecimento facial e de timbre da voz, para cronometrar o tempo em que cada ator aparece nos capítulos de uma novela. Essa necessidade surgiu pelo licenciamento da obra, em que a emissora precisa pagar os “direitos conexos”; uma remuneração proporcional à participação do profissional.
Guilherme Saraiva, diretor comercial da Embratel para o setor de mídia, observa que, mesmo direcionada a uma demanda específica, o desenho e as funcionalidades já se aplicam a outros casos, como edição jornalística, shorts de vídeos extensos, ou monitoramento da exibição de qualquer tipo de imagem e áudio. “Nesse projeto, treinamos a aplicação com a face e a voz dos atores. Mas também podem ser inseridos modelos que permitam identificar a aparição de produtos, marcas e outros objetos”, exemplifica.
Na outra aplicação demonstrada, a fala em inglês de um narrador é transcrita, traduzida e sumarizada em uma legenda que seja aplicada sem perturbar a exibição das imagens.
Agilidade com peças prontas na nuvem – a criatividade é o limite
Megumi Kinoshita, arquiteto de infraestrutura de cloud da Embratel, explica que as aplicações apresentadas combinam serviços nativos da AWS, que são encadeados em workflows conforme os processos em que seja interessante acrescentar recursos de IA.
Apenas na aplicação de legendagem, quatro produtos na nuvem – conversão, tradução, sumarização e aplicação do texto – são acionados.
“Em nenhum desses serviços trabalhamos efetivamente com programação das funções de IA”, esclarece o arquiteto.
A agilidade para a criação e ativação se deve, evidentemente, a uma infraestrutura imediatamente disponível, que abrevia a implementação de plataformas e outras questões de TI. O grande ganho de produtividade nos casos apresentados, todavia, está no uso de componentes padronizados e testados, que se encaixam no desenho das aplicações.
Guilherme Saraiva conta que, nessa linha de serviços, as iniciativas quase sempre surgem de gargalos ou oportunidades de melhorias identificadas pelos clientes. “O primeiro passo é responder rápido à demanda, em um projeto especial. Conforme determinados conjuntos de funcionalidades e workflows vão se padronizando (por atender a vários casos de uso, como pode ser o caso da aplicação da novela), podemos montar uma solução. Caso a ideia seja interessante para amplos perfis de cliente, e se justifique escalar, pode resultar em um produto”, descreve.
Kinoshita, por sua vez, observa que, além de agilizar exponencialmente o desenvolvimento das aplicações, essa abordagem de componentes com funções discretas e muito bem definidas, simplifica a própria criação de serviços.
Segundo ele, os profissionais que conhecem bem os processos identificam de forma mais clara onde as funções de IA se aplicam com ganhos tangíveis. “Estamos prontos para montar a arquitetura e os workflows para as demandas e ideias dos clientes. A tecnologia está acessível e simplificada. Agora, a criatividade é o limite”, acrescenta Saraiva.