LGPD adequação à lei pode fortalecer empresas contra ciberataques

LGPD: adequação à lei pode fortalecer empresas contra ciberataques

2 minutos de leitura

Workshop sobre a nova lei discutiu cibersegurança, armazenamento dos dados, adequação e outros assuntos para empresas de vários setores.



Por Redação em 15/05/2019

Principais destaques:
– LGPD entra em vigor a partir de agosto de 2020, por meio da MP 869;
– Empresas que se adequarem à lei podem garantir maior segurança e privacidade dos dados;
– Para Yanis Stoyannis, gerente de consultoria e inovação em cibersegurança da Embratel, empresas de médio e pequeno porte ainda não entendem os impactos da nova lei;
– Tema foi discussão no Workshop Cybersecurity & Data Privacy em São Paulo.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vai trazer vantagem competitiva para as empresas por garantir uma maior segurança e privacidade dos dados, e, por consequência, a confiança dos clientes em uma marca. Mas os desafios são muitos: é preciso estruturar as soluções, revisar contratos com parceiros, orientar colaboradores e executivos C-level e comprovar que toda a empresa está dentro do que a regulamentação pede.

Prevista para entrar em vigor em fevereiro de 2020, a MP 869 teve sua entrada alterada para agosto do próximo ano. “Hoje vemos que grandes corporações já entenderam o que é a lei e iniciaram os planos de adequação, enquanto empresas menores ainda não têm essa visibilidade do que é a LGPD, quais os impactos dela e o que ela implica”, explicou Yanis Stoyannis, gerente de consultoria e inovação em cibersegurança da Embratel, durante o workshop Cybersecurity & Data Privacy, realizado em São Paulo na terça-feira (14). O evento reuniu executivos de várias operadoras de telefonia e empresas de outros setores.

Para Stoyannis, dois fatores podem ser considerados em relação as empresas que não se preparam para a LGPD. “Algumas empresas não sabem se a lei vai vingar. Elas devem aguardar o mercado amadurecer para depois atuar de forma mais assertiva. Já outras não definiram qual área deve assumir essa adequação. A área de TI acha que é responsabilidade da área jurídica e vice-versa”, pontuou.

Cibersegurança e LGPD

A cibersegurança foi outro ponto discutido no evento. Segundo Yanis, o Brasil leva uma média de 240 dias para detectar um ataque e 100 dias para contê-lo. “Ou seja, praticamente um ano para esse ataque ser tratado com eficiência”. Parte disso, explicou o executivo, é porque “as empresas têm recursos de TI obsoletos e escassez de profissionais”.

Garantir a segurança e a privacidade é um dos desafios para as empresas, como afirmou Renato Pasquini, country manager da empresa de consultoria Frost & Sullivan. De acordo com a pesquisa divulgada por eles durante o workshop, o número de vazamento de dados cresceu 130% em 2018. “É preciso gestão e governança de dados. As empresas podem encriptá-los, mascará-los ou torná-los não identificáveis, assim como deletar dados que não sejam requisitos para os negócios delas”, afirmou Pasquini, que sugeriu ainda a Inteligência Artificial como aliada no desenvolvimento de soluções eficientes.

O armazenamento de dados

Sobre o tempo de posse dos dados por parte das empresas e como isso poderia impactar em situações de processos judiciais, Fernanda Machado Rubia, advogada e CEO da M2 Law Assessoria Jurídica, citou o prazo de cinco anos. “Esse período é aplicado na maioria das empresas e a lei não deixou clara a quantidade de dados e o tempo de armazenamento deles. Como não há outros casos julgados, as empresas podem ter como base esses cinco anos”, explicou.

Ela ressaltou ainda que a própria lei conta com situações que ajudam a empresa na questão do armazenamento. “Por exemplo, se a empresa estiver respondendo a um processo, ela pode continuar armazenando os dados localmente ou em outro ambiente sem a possibilidade de infração até o processo ser levado a juízo. Quando a decisão for deferida, a empresa apaga esses dados.”

Crédito da imagem: Cristiana Alves


E-book gratuito: saiba como implementar uma cultura de cibersegurança na sua empresa

Saiba mais


Matérias relacionadas

redes privativas 5g e redes privativas virtuais Conectividade

No próximo nível, quais serão os novos horizontes com Edge Computing, Redes Privativas 5G e Redes Privativas Virtuais?

Cristiano Moreira, da Embratel, e Lucas Godoy, da Ericsson, discutiram os custos associados à cloud e os benefícios de redes privativas para os usuários

5g china Conectividade

Avanço do 5G impulsiona inovação na China

O país alcançou 3,5 milhões de estações em fevereiro, segundo dado do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT)

Security by Design Conectividade

O que é Security by Design?

Conceito envolve testes para encontrar vulnerabilidades desde os primeiros estágios de desenvolvimento de uma solução

rede privativa 5g Conectividade

John Deere adota rede privativa 5G em fábrica nos EUA

Fabricante ativa tecnologia como base de sua planta inteligente