As fintechs são a melhor estratégia para combater a informalidade na América Latina e Caribe, ambientes onde cerca de metade da população ainda é desbancarizada. A opinião é do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mauricio Claver-Carone, que considera que os serviços financeiros digitais são fundamentais para a inclusão.
Em entrevista à Europa Press, Claver-Carone frisou, ainda, que a conectividade digital tem sido um diferencial para as nações que estão conseguindo se recuperar dos efeitos da pandemia. “Os vencedores e perdedores da pandemia foram aqueles com conectividade e aqueles sem”, afirmou.
Claver-Carone ressaltou que a América Latina e o Caribe são regiões que demandam novas soluções financeiras – tanto é que quase 35% de todos os investimentos globais em fintechs foram feitos na região, que viu o crescimento de startups com foco em tecnologia, como Nubank, Ebanx ou Ualá, entre outros.
Estímulo ao desenvolvimento regional
Para o presidente do BID, existem grandes oportunidades para desenvolver parcerias público-privadas (PPPs) nessa área, para realmente fechar a “lacuna de informalidade na região”.
Além da inclusão digital, o BID defende cinco pilares para a melhoria da qualidade de vida na região: ações para combater a emergência climática; realocação das cadeias de valor; maior promoção da digitalização; defesa e aumento da igualdade de género no mercado de trabalho; e o reforço do papel das pequenas e médias empresas.
“Não é uma questão geopolítica nem anti-China, é uma questão pró-latino-americana e caribenha”, frisou Claver-Carone, destacando que o BID tem feito esforços para o desenvolvimento da região. “Se uma empresa espanhola que investe na China (ou em qualquer lugar do mundo) quer transferir suas operações para um país da América Latina e do Caribe, o BID financia essa mudança”, afirmou, ressaltando o estímulo ao desenvolvimento regional.