Tecnologia na educação: veja como o setor de ensino tem acompanhado as tendências

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A constante atualização da tecnologia permite sua aplicação em métodos de ensino que aproximam alunos de professores e de instituições



Por Redação em 28/03/2025

Se existem duas áreas que podem caminhar cada vez mais próximas, são as de educação e de tecnologia. A constante atualização de ferramentas tecnológicas permite sua aplicação em métodos de ensino capazes de aproximar ainda mais os alunos de professores e de instituições, proporcionar experiências imersivas e viabilizar o ensino híbrido ou remoto, o que facilita o acesso dos alunos, entre outros diversos benefícios. Imagine, por exemplo, um estudante de medicina acompanhando uma cirurgia de forma remota, ou alunos de geografia e história conhecendo diferentes museus e localidades no mundo.

Todas essas situações já são possíveis graças ao uso da tecnologia na educação. Isso também traz vantagens para as instituições de ensino, como a possibilidade de acompanhar individualmente cada aluno e personalizar a sua experiência, conforme suas necessidades.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o uso da tecnologia para a educação pode ajudar a melhorar a qualidade do ensino. A Política Nacional de Educação Digital (PNED), que determina diretrizes para o uso da tecnologia na educação no Brasil, estabelece programas, projetos e ações para isso. 

O Plano Nacional de Educação (PNE) também contempla a tecnologia como uma das áreas aliadas para o desenvolvimento do ensino. Segundo o MEC, a tecnologia pode ser usada para tornar a educação mais acessível, permitindo que alunos de todo o país, independentemente da localização, tenham acesso a recursos educacionais de alta qualidade. 

Navegue pelos tópicos abaixo para saber mais sobre o tema.

Política Nacional de Educação Digital

A Política Nacional de Educação Digital (PNED), transformada na Lei 14.533, foi aprovada em meados de 2023. Ela está baseada no desenvolvimento de competências digitais atreladas à educação básica, como o ensino da computação e programação, além de robótica. De acordo com a Revista da Educação, a proposta do governo, ao implementar a Lei, foi abrir um novo mundo digital para os estudantes, inserindo-os neste universo e, consequentemente, no mercado de trabalho. 

A PNED, que foi criada com o intuito de fomentar o desenvolvimento das competências digitais dos estudantes brasileiros, estabelece quatro eixos: inclusão digital da sociedade; educação digital nas escolas; ações de capacitação no mercado de trabalho; e incentivo à inovação, pesquisa e ao desenvolvimento. Vale ressaltar que a política nacional de educação digital contempla a demanda de democratização do acesso às ferramentas. 

Conheça os quatro eixos da PNED

O primeiro pilar da PNED reconhece a importância fundamental do acesso universal à internet e aos dispositivos digitais. Ao garantir que todos os brasileiros, independentemente de sua localização ou condição socioeconômica, tenham a oportunidade de se conectar, a PNED abre portas para um mundo de conhecimento e oportunidades. Entre as ações do eixo estão: expansão da infraestrutura de conectividade, especialmente em áreas remotas e comunidades carentes; distribuição de dispositivos digitais e promoção do acesso a planos de internet acessíveis; e desenvolvimento de programas de alfabetização digital para todas as faixas etárias.

O segundo pilar, educação digital nas escolas, visa integrar a tecnologia de forma significativa ao ambiente escolar, transformando a sala de aula em um espaço de aprendizado dinâmico e interativo. entre as ações, estão a formação de professores para o uso pedagógico das tecnologias digitais; a criação de conteúdos e recursos educacionais digitais alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e a equipagem das escolas com infraestrutura tecnológica adequada.

O terceiro pilar diz respeito à capacitação para o mercado de trabalho e a preparação para o futuro profissional, uma vez que a PNED reconhece a crescente demanda por profissionais com habilidades digitais. Ao investir na capacitação da população, a política busca impulsionar a economia digital e garantir a empregabilidade dos brasileiros. Entre as ações estão: criação de cursos e programas de qualificação profissional em áreas como programação, análise de dados e inteligência artificial; parcerias com empresas e instituições para oferecer estágios e oportunidades de emprego na área de tecnologia; e incentivos ao empreendedorismo digital.

O quarto pilar da PNED está relacionado ao incentivo à inovação, pesquisa e desenvolvimento. A PNED busca fortalecer o ecossistema de inovação e pesquisa em tecnologias digitais, incentivando o desenvolvimento de soluções inovadoras para a educação. Entre as ações estão: o financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias educacionais; a criação de centros de inovação e laboratórios de tecnologia nas escolas e universidades; e a promoção da colaboração entre empresas, universidades e centros de pesquisa.

Ambiente escolar e recursos tecnológicos

Com o avanço da tecnologia, pode-se afirmar que novos recursos tecnológicos surgem com frequência, para apoiar o ambiente de ensino e aprendizagem. A educação no século XXI tem influência direta de aplicativos e ferramentas digitais na formação dos estudantes. Confira a seguir alguns deles.

Objetos digitais de aprendizagem

Em maioria, são recursos que apoiam a prática pedagógica dentro e fora de sala de aula. Nessa lista entram os jogos, os simuladores, as videoaulas e as animações, por exemplo. A proposta é de que eles sejam facilitadores no processo de aprendizagem dos alunos. Com métodos diferenciados e que atraem mais a atenção, os objetos digitais são apenas um recorte do uso de tecnologia no setor de ensino. Além disso, permitem que os alunos continuem seus estudos além da sala de aula. 

Plataformas de ensino online

Elas, que evoluíram durante a pandemia de Covid-19,  já são parte da realidade brasileira de ensino. Alguns ambientes virtuais já utilizam softwares inteligentes que permitem a personalização do ensino.

Ferramentas de gestão escolar

Hoje elas já estão mais popularizadas e a maioria permite que o educador faça a gestão da “sala de aula”, com recursos que organizam planos de aula e gerenciam o recebimento de tarefas, por exemplo, além de fazer a correção de provas. O intuito é usar estas soluções em funções que, no passado, demandavam muito tempo dos educadores. Hoje, a otimização de tais tarefas permite que os profissionais da educação se dediquem à prática pedagógica e ao planejamento de projetos.

Outros recursos tecnológicos que entraram na sala de aula são: ambientes virtuais de ensino e aprendizagem, ferramentas de comunicação entre escola, alunos e famílias, e as ferramentas de trabalho, que evitam que os professores carreguem pilhas de documentos para aulas. Muitas escolas, inclusive, aboliram livros físicos e passaram a usar versões virtuais.

Inteligência artificial em sala de aula

A Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a educação, oferecendo ferramentas poderosas para personalizar o aprendizado, automatizar tarefas e fornecer suporte individualizado aos alunos. No Brasil, diversas iniciativas já utilizam a IA para aprimorar a qualidade do ensino e impulsionar os resultados dos estudantes. O uso da inteligência artificial em sala de aula é um dos recursos que mais se intensificou nos últimos tempos, embora precise ser utilizado com cautela. 

Uma das razões disso é que o uso de IA em sala de aula ainda gera desconforto em educadores que estão acostumados aos métodos mais tradicionais de ensino. Apesar disso, a pesquisa “Conselho de Classe”, realizada pela Fundação Lemann, evidenciou que 92% dos professores entrevistados acreditam nos benefícios da tecnologia para a educação.

Hoje, a inteligência artificial apresenta benefícios potenciais para estimular alunos em sala de aula. Quando usada de forma correta, ela pode auxiliar no desenvolvimento das crianças, possibilitando um ensino personalizado, que vá ao encontro aos interesses do aluno, levando em consideração suas próprias necessidades.

O uso de IA em sala de aula também pode tornar a educação mais acessível, possibilitando a inclusão de recursos educacionais de alta qualidade. 

Paulo Roberto Boa Sorte Silva, pesquisador da área de Educação com ênfase em inteligência artificial nas Linguagens e na Educação, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), revelou em entrevista para a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, que a inteligência artificial não se refere somente à computação ou à matemática. “Existem contribuições relevantes de outras áreas, como economia, neurociência, psicologia, linguística, engenharia elétrica e filosofia. Por isso, deve ser vista como um campo interdisciplinar que estará cada vez mais presente no cotidiano”, explicou.

No Paraná, por exemplo, o Governo do Estado está utilizando IA para melhorar a qualidade do ensino, com soluções que auxiliam no aperfeiçoamento da redação, por exemplo, proporcionando feedbacks automatizados.

A tecnologia como aliada de pesquisas e expansão de conhecimentos

Logo após o início da pandemia, o mundo se viu obrigado a criar alternativas ao ensino presencial. Foi então que muitas iniciativas surgiram para proporcionar aulas online. 

Plataformas especializadas oferecem recursos que viabilizam o ensino remoto. Com aulas online em tempo real, conteúdos gravados e uma série de ferramentas que atraem o aluno, como gamificação, por exemplo, estimulam e ampliam as possibilidades de aprendizagem.

A conexão de alunos com bibliotecas online também estimulou pesquisas em todo o Brasil. Com o apoio da tecnologia, os acessos ficaram mais otimizados, por meio de softwares especializados. Isso também contribuiu para que os alunos expandissem seus conhecimentos.

A importância da tecnologia na educação atual

O cenário educacional atual apresenta desafios e oportunidades para o ensino, uma vez que a necessidade de integrar a tecnologia em sala de aula é um caminho sem volta. 

A tecnologia pode fornecer novas ferramentas para a criação de conteúdo e a colaboração entre os alunos. Os aplicativos e as plataformas digitais de ensino estão aí para comprovar este novo momento. A tecnologia virou uma tendência na educação e hoje está presente em salas de aula, da educação infantil ao ensino superior e especializações. 

Outro ponto importante que a tecnologia está assimilando é a questão da acessibilidade das pessoas com deficiência à educação, com diversos recursos tecnológicos a favor do estudante e da instituição de ensino, uma vez que essas organizações precisam prover a acessibilidade metodológica e digital.

Apesar de o cenário ter mudado muito em um curto espaço de tempo, a tendência é de que a educação e a tecnologia caminhem cada vez mais próximas, em constante evolução.

Educação 4.0

A Educação 4.0 traz uma abordagem educacional que busca integrar tecnologias avançadas ao processo de ensino, preparando os estudantes para os desafios de um mundo em constante evolução.

Seus pilares incluem a incorporação de tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA), para criar experiências de aprendizado mais imersivas e personalizadas. Além disso, essa abordagem valoriza o “aprender fazendo”, incentivando os alunos a serem protagonistas do seu aprendizado. Metodologias como a aprendizagem baseada em projetos, a sala de aula invertida e o design thinking são amplamente utilizadas.

A Educação 4.0 representa uma mudança de paradigma na forma como aprendemos e ensinamos. Ao integrar tecnologias avançadas e metodologias ativas, essa abordagem prepara os estudantes para os desafios do século XXI, capacitando-os a serem cidadãos e profissionais inovadores e adaptáveis.

Nova Lei limita o uso de smartphones em escolas brasileiras

Uma nova Lei Federal impõe restrições ao uso de smartphones em escolas de ensino fundamental e médio, marcando um esforço significativo para moldar um ambiente de aprendizado mais focado. A legislação permite o uso de dispositivos móveis apenas para fins educacionais específicos ou em situações de emergência, visando reduzir as distrações generalizadas que têm prejudicado o desempenho acadêmico.

A medida legislativa surge em resposta a crescentes preocupações sobre o impacto negativo dos smartphones na concentração e no engajamento dos alunos. Estudos apontam que o uso excessivo de telas pode levar à diminuição da capacidade de atenção, afetando negativamente o processo de aprendizagem. Ao limitar o uso de smartphones, espera-se que os alunos possam se concentrar mais nas aulas e interagir de forma mais significativa com seus colegas e professores.

A implementação da lei exige uma mudança cultural nas escolas, com educadores e pais trabalhando juntos para garantir o cumprimento das novas regras. As escolas estão sendo incentivadas a desenvolverem estratégias para integrar a tecnologia de forma pedagógica, utilizando smartphones e outros dispositivos como ferramentas de aprendizado. A colaboração entre pais e escolas é vista como primordial para reforçar a importância do uso responsável da tecnologia.

Embora a lei tenha gerado grandes discussões, especialmente sobre a necessidade de equilibrar o uso da tecnologia com a educação, há um consenso crescente sobre a importância de criar um ambiente de aprendizado livre de distrações. A expectativa é de que a nova legislação contribua para melhorar o desempenho acadêmico e promover um uso mais consciente da tecnologia entre os jovens brasileiros.



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