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Uso de internet em pequenos países insulares é maior que média mundial  

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Documento do ITU analisa digitalização em países que ocupam pequenas ilhas e mostra desafios



Por Redação em 26/04/2024

A União Internacional de Telecomunicações (ITU) divulgou uma avaliação da conectividade digital em pequenos países insulares. De acordo com o documento, intitulado Facts and Figures: Focus on Small Island Developing States, a penetração da banda larga duplicou em menos de uma década nos chamados pequenos estados insulares (SIDS), ou seja, países que ocupam pequenas ilhas no mundo. No total, o relatório analisou 29 economias do Caribe, 20 na região do Oceano Pacífico, 7 na África, além de Singapura, que não está em nenhuma das classificações anteriores. 

De acordo com o ITU, que faz parte da estrutura da ONU, os SIDS têm características comuns como o mercado interno limitado, bases econômicas restritas e o alto custo de energia e de infraestrutura, em função de serem locais remotos.

Os desafios de conectividade são maiores, porque as redes são necessárias para a gestão de desastres e acesso e gerenciamento a serviços críticos. Alguns países insulares, inclusive, têm a sua própria existência ameaçada pelas mudanças climáticas. 

O relatório mostra que a utilização da internet nos SIDS foi superior à global: entre 2014 e 2023, a taxa anual atingiu 8,4%, ultrapassando a média de crescimento global, que foi de 6,7%. E mais: em 2023, 67% da população dos pequenos estados insulares estava online, em linha com a média mundial, o que mostra que existe uma elevada procura de serviços de TIC nesses locais.

No entanto, a infraestrutura, a capacidade e a acessibilidade continuam a ser barreiras importantes à conectividade, na análise dos especialistas do ITU que elaboraram o material. Entre os fatores que facilitam ou complicam ao uso de tecnologias de telecomunicações e TI (TIC) está a regulação.

Em 2013, por exemplo, apenas Singapura e República Dominicana, entre 29 países analisados, tinham atingido uma maturidade regulatório de nível G4, o que significa haver uma regulação integrada de telecomunicações. Nove anos depois, apenas Trinidad e Tobago havia se juntado aos dois citados, de um universo ainda maior avaliado: 74 países. 

Internet nos países insulares

A questão é importante, pois os países insulares onde a regulação está mais amadurecida também são aqueles com maior penetração da banda larga móvel: 100 assinantes por 100 habitantes, acima da média mundial de 87 assinantes por 100 habitantes. A média nos SIDS, para efeito comparativo é de 67 assinaturas/100 habitantes. 

Os dados do ITU mostram também que, embora quase metade dos SIDS estivessem equipados com acesso universal ou políticas de serviços em 2023, apenas 14% tinham instrumentos ou iniciativas políticas específicas, por exemplo, para conectar mulheres e meninas ou pessoas com deficiência. Na análise dos especialistas, essas políticas fundamentais destacam-se como uma prioridade para reduzir as disparidades digitais entre geografias, gênero e idade.

Alinhado com a média mundial, 67% da população dos SEDS utilizava a internet em 2023, contra apenas um terço em 2014. Apesar disso há disparidades significativas entre os países insulares analisados. Em 2022, apenas 27% da população em Papua Nova Guiné era usuária, enquanto Singapura (96%) praticamente alcançava a universalidade. Em 2023, o uso geral da Internet por região cresceu para 75% no Caribe e para 52% nos países insulares da África, contra 41% em nações do Pacífico.

Os planos de telecomunicações de emergência em caso de catástrofes naturais ou pandemias são outro ponto crítico da conectividade para os SIDS. Em 2023, apenas 25% deles haviam adotado esse tipo de estratégia. Aliás, a melhoria da acessibilidade dos serviços TIC nos países insulares foi interrompida durante a epidemia de Covid-19 e as crises subsequentes. 

Para finalizar, é importante destacar que os SIDS não são um grupo homogêneo. O PIB do país mais rico, por exemplo, é 60 vezes maior que os mais pobres. Já as taxas de urbanização, variam de 20% a 80%. Cuba, República Dominicana, Haiti e Papua Nova Guiné representam mais de 60% dos pequenos países insulares. Na análise do ITU, essas disparidades foram consideradas e os países foram agrupados em três turmas, que compartilham indicadores de TIC similares.



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