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startups embratel Mario Sérgio Rachid (diretor executivo da Embratel) e Isabela Fleischmann (repórter da Bloomberg Línea)

Aquisições estratégicas impulsionam a inovação, mostra Embratel

3 minutos de leitura

Ao buscar a aquisição de uma startup, a Claro e a Embratel preservam as culturas corporativas, ao mesmo tempo em que procuram empresas que se adequem ao seu modelo estratégico de negócio



Por Redação em 17/04/2024

As grandes empresas precisam de apoio para inovar, e esta máxima vem motivando a Claro e sua unidade voltada ao mercado B2B, a Embratel, a investir em startups. Foi o que revelou Mário Sérgio Rachid, diretor executivo da Embratel, durante o Web Summit Rio 2024. Segundo ele, a inovação, por si própria, se tornou o principal desafio da Embratel, que tem evoluído os modelos de integração, inclusive mapeando as suas fragilidades.

“A cultura de uma grande empresa acaba absorvendo culturas menores. Então, a primeira decisão deste processo de aquisição foi que manteríamos as startups que investimos operando 100% separadamente”, disse. Em seguida, quando a operação de aquisição é totalmente efetivada, há a incorporação financeira, mas a operação continua separada até que, paulatinamente, vai se integrando à estrutura corporativa do grupo.

A estratégia, segundo o executivo da Embratel, permite que as startups mantenham-se em seus próprios ecossistemas e, ainda, aproveitem do ecossistema do grupo que a está incorporando, para construírem processos e networking. “As diferenças culturais são evidentes, e fazemos a incorporação dessa forma porque realmente acreditamos que as startups podem mostrar, para nossa grande estrutura, uma forma diferente de fazer as coisas, nos ajudando a melhorar”, explicou Rachid.

Modus operandi

Ao buscar a aquisição de uma startup, a Embratel procura empresas que se adequem ao seu modelo estratégico. Um exemplo citado por Rachid foi a aquisição de uma startup voltada a soluções de cloud. A incorporação da Ustore foi finalizada em 2023, complementando as ofertas de cloud da Embratel. “Esse caso é interessante porque verificamos que a cultura da empresa se encaixava à nossa, a tal ponto que os fundadores puderam se integrar à nossa operação, assumindo novas funções”, revelou.

A relação da Ustore com a Embratel começou em 2019, quando a Embratel adquiriu 40% da empresa, que nasceu em 2012 no Parque Tecnológico Porto Digital, em Recife (PE).

Mesmo em aquisições que não são concluídas, a Embratel entende que isso faz parte do risco assumido por todos os envolvidos, de forma pertinente. “Na nossa vida, e não é diferente na vida corporativa, é assim: nem sempre as coisas saem como o esperado. Porém, a grande vantagem de ‘errar com uma startup’ é que é um erro de menor proporção [quando comparado com a aquisição de médias e grandes empresas]”, explicou.

Afeita à inovação aberta, a Claro e a Embratel, por meio do seu hub de inovação, o beOn, desenvolvem muitas soluções internamente também. “Agimos nessas duas frentes: inovações internas e externas, feitas por startups, e buscamos as soluções que unem o melhor de ambos os mundos”, disse Rachid.

Inovação para o Open Gateway

Durante o Web Summit 2024, a Claro demonstrou o seu “apetite à inovação” em uma conferência com a imprensa, na qual anunciou o Conexão Claro Open Gateway for Startups. Trata-se de uma iniciativa formatada para facilitar o acesso de startups às APIs que fazem parte do Open Gateway. “O programa, por meio de adesão simplificada, disponibiliza 1.000 acessos mensais para cada API, por um período de seis meses, e vai permitir que empresas de menor porte também possam se beneficiar da ferramenta para o desenvolvimento de novos serviços e soluções digitais”, informou a Claro, em comunicado para a imprensa.

No Brasil, que é um dos primeiros países a desenvolver e lançar soluções para integração de serviços, o Open Gateway contempla atualmente três APIs: SIM SWAP e Number Verification, já em operação e disponíveis para testes e para uso comercial; e Device Location, em fase de finalização, com lançamento previsto para maio. 

“A Claro é uma grande entusiasta da inovação aberta e o Open Gateway, em sua concepção, deriva desse princípio. Ao aproximarmos as startups da iniciativa, oferecendo condições para que possam criar dentro dos mesmos parâmetros que as grandes companhias estão utilizando, abrimos um grande leque de possibilidades para que seus produtos sejam alavancados e ganhem competitividade no mercado mundial”, explica Rodrigo Duclos, Chief Digital & Innovation Officer da Claro.



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