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jornada digital Maria Teresa Lima (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Conectividade continua crucial para jornada digital dos bancos

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Especialistas do mercado financeiro destacam a importância da conectividade para a jornada digital dessas instituições



Por Redação em 28/06/2023

A jornada digital das instituições financeiras passa, obrigatoriamente, pela conectividade. Essa foi uma das conclusões do painel Telecomunicações para o futuro ainda mais conectado, da edição deste ano da Febraban Tech, que acontece em São Paulo até essa quinta (29).

Coordenado pela jornalista Mona Dorf, da Febraban, o encontro reuniu três executivos: Guilherme Mendes, da Caixa, Maria Teresa Lima, da Embratel, e Neo Gong, da Huawei, além do diretor da Anatel, Gustavo Borges.

Para Mendes, não existe conectividade, sem infraestrutura confiável. Ele argumenta que a pandemia acelerou a eficiência das operadoras de telecomunicações e mostrou como o banco estatal depende dessa infraestrutura para atender seus clientes na ponta.

Guilherme Mendes (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Com cerca de 3,3 mil agências e mais de 9,2 mil correspondentes bancários, a Caixa ainda tem pouco mais de 13 mil unidades lotéricas em seu guarda-chuva. Para atender esse universo, o banco conta com 22 operadoras de telecomunicações diferentes e mais de 100 contratos.

“São mais de 30 mil circuitos de dados para dar suporte à nossa rede. Esses circuitos precisam funcionar e ter qualidade”, explica o executivo. De acordo com Mendes, um dos pontos de atenção do banco são as regiões menos atendidas  digitalmente, onde muitas vezes a cobertura é feita por operadoras regionais.

O executivo também acredita que a ampliação do portfólio de conectividade, inclusive com adoção do 5G, deve aumentar a oferta de serviços bancários e melhorar atendimento ao cliente.

Trabalhar dados com normas LGPD

Maria Teresa, da Embratel, lembrou que a empresa é a unidade B2B da Claro, e que a conectividade é o negócio da companhia. “Mas vamos muito além disso e nos posicionamos como habilitadores da transformação digital em nossos clientes”, reforçou.

Segundo ela, esse papel é cumprido por meio da integração de conectividade e de soluções completas de tecnologia para atender a demanda do setor bancário. A executiva lembra, ainda, que o usuário final está cada vez mais exigente e quer experiências únicas e multicanais, o que pressiona os bancos na jornada digital.

Ao mesmo tempo, essa pressão cria oportunidades para os parceiros. No caso da Embratel, a companhia tem focado numa oferta com portfólio amplo, que envolve recursos de segurança da informação, cloud, Internet das Coisas (IoT), mobilidade gerenciada e Analytics.

“A ideia é colocar o cliente do mercado financeiro no centro das estratégias e apoiar os bancos nessa busca de melhoria operacional”, resume a executiva.

Neo Gong, da Huawei, trouxe o exemplo prático de uma operadora de telecomunicações do Quênia que, desde a sua concepção, criou vários serviços para o mercado financeiro. Segundo ele, com bilhões de transações anuais, a empresa mostra a capacidade das operadoras de manobrarem uma grande quantidade de dados de forma eficiente e esse é um dos pontos que favorecem a parceria delas com os bancos.

jornada digital
Neo Gong (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

O diretor da Huawei também enfatizou o conceito de Wireless First, ao destacar o papel que as redes sem fio ganham no processo de transformação digital. Ele cita, inclusive, o volume de dispositivos de IoT ativados na China: 5,8 bilhões em 2021, número que deve triplicar em 2025.

Para Gong, esse universo de conexões entre coisas deve ser amplificado com o avanço do 5G e terá impacto no universo dos serviços financeiros.

Recursos migram para a borda

Borges, da Anatel, trouxe a visão do agente regulador para o debate. Ele lembrou a importância de cobertura de telecomunicações nos últimos 25 anos e projeta uma outra fase de crescimento na próxima década, iniciada com a entrada maciça do 5G.

Gustavo Borges (Foto: Divulgação – Febraban Tech)

Além do trabalho das grandes operadoras do setor, Borges lista ainda o papel de mais de 15 mil pequenas e médias operadoras que hoje representam pelo menos metade dos acessos de banda larga no Brasil e que têm ativado a infraestrutura de fibra óptica no interior do país.

Outro ponto destacado no debate foi a necessidade de expansão do ecossistema que já envolve atores como bancos e operadoras. Para Maria Teresa, da Embratel, as parcerias, inclusive com startups, são necessárias. Ela acrescenta que a cultura orientada a dados deverá ganhar cada vez mais espaço no ecossistema citado.

A executiva lembra que a Claro, por meio de suas várias plataformas, interage com cerca de 100 milhões de usuários, gerando um volume imenso de dados, o que permite um enorme conhecimento do comportamento dos clientes.

“Usar esses dados, respeitando todas as regulamentações da LGPD, permite que a Claro e outras operadoras, tomem decisões mais assertivas, em parceria com seus clientes do mercado financeiro”, explica.

“A conectividade onipresente é um desafio”, resume Mendes, da Caixa, ao lembrar que o banco público precisa atender demandas de segurança citadas por Maria Teresa, ao mesmo tempo em que tem que manter operacional uma infraestrutura que inclui, entre outros, cerca de 45 mil caixas automáticos (ATM).

Para ele, o papel das pequenas e médias operadoras é importante, mas elas se concentram em nichos.

“O grande desafio é investir em expansão, garantindo redes resilientes para os bancos”, complementa Maria Teresa. “E investir na arquitetura de borda, pois o volume de dados gerados é cada vez maior e é importante se aproximar da rede do cliente final”, finaliza.



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